Mercedes Maria da Cunha Bustamante
Item
Nome Completo
Mercedes Maria da Cunha Bustamante
Sobrenome
BUSTAMANTE
Nome
Mercedes
Profissão
Bióloga
Função
Autor
Áreas do Conhecimento
Ciências Biológicas
Instituição
Referências
https://oglobo.globo.com/premio-faz-diferenca/noticia/2023/04/mercedes-bustamante-e-premiada-com-o-faz-diferenca-na-categoria-ciencia-e-saude.ghtml
O Globo. <Strong>Prêmio Faz Diferença</strong>. 13 jan. 2024.
BUSTAMANTE, Mercedes M. C. Memorial. 2017
Palavras-chaves
Português
biologia
Português
biodiversidade
Português
ecossistemas
Foto Principal
Nascimento
September 24, 1963
Frase
“Conhecimento não pesa. É algo que te leva para todos os lugares que você possa imaginar”
Breve Resumo
Bióloga, uma das maiores referências no estudo da ecologia de ecossistemas e da biodiversidade no Brasil e exterior. Suas temáticas mais pesquisadas são: cerrado, mudanças no uso da terra, biogeoquímica e mudanças ambientais globais.
Biografia
<Strong> Laços familiares e formação acadêmica</strong>
Nascida em Santiago, no Chile, em 24 de setembro de 1963, veio para o Brasil aos 7 anos de idade. Seu pai trabalhava na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), motivo pelo qual nasceu no Chile. Desde muito pequena gostava de descobrir o funcionamento das coisas e sempre foi muito curiosa. Na ciência começou a estudar fisiologia vegetal, queria entender como as plantas funcionavam, seu metabolismo, sua estrutura, e acabou trabalhando com ecologia de ecossistemas. Embora não fosse uma pessoa cientista, sua mãe, uma mineira de muita resistência e determinação, foi sua maior inspiração. Mercedes acredita que ter exemplos femininos torna mais fácil, para as meninas, a percepção de que é possível superar desafios no campo das ciências.
O interesse pela área de Ciências Biológicas consolidou-se durante o ensino médio quando se profissionalizou como auxiliar de análises clínicas, uma experiência que lhe possibilitou o contato com procedimentos analíticos e práticas laboratoriais. Durante a graduação, no curso de Ciências Biológicas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), as excursões de campo oferecidas pela instituição foram oportunidades que lhe permitiu conhecer diversos ecossistemas (BUSTAMANTE, 2017).
Seu encantamento pelo Cerrado ocorreu no início dos anos 80, ainda durante a graduação, quando estudava biologia e assistiu a uma apresentação de botânica, no Museu Nacional, na qual aparecia as belas flores do Cerrado (REVISTA PESQUISA, 2023). Dez anos depois do início deste evento, devido ao encantamento despertado, Mercedes foi morar em Brasília e trabalhar como professora visitante da Universidade de Brasília (UnB). Oportunamente, pôde conhecer o Cerrado, devido a uma viagem que fez, onde atravessou o Cerrado até o Pantanal. Em suas próprias palavras, “a experiência com as atividades de campo, já nos semestres iniciais do curso de Ciências Biológicas, reforçou a minha convicção (inicialmente fundamentada na minha vivência como discente) de que o treinamento e a percepção dos fenômenos naturais em campo são parte essencial da formação de bons profissionais de Ciências Biológicas em um país com a riqueza biológica do Brasil”.
Logo após a conclusão da graduação em Ciências Biológicas fez especialização na mesma área e decidiu cursar o mestrado em Ciências Agrárias, pela Universidade Federal de Viçosa. No início de 1990, viaja para a Alemanha, a fim de fazer o doutorado, onde iniciou os estudos relacionados à mudança climática. Na época, este tema começou a ganhar mais atenção e por isso, Mercedes aprofundou-se nele, partindo de uma escala regional para uma global (CRBIO03, 2021). Suas pesquisas mais recentes versam sobre o uso do solo e das mudanças climáticas, cujo foco é o bioma Cerrado.
Tornar o ensino de Ciências mais atrativo e acessível sempre foi uma preocupação para ela. Ao participar de projeto de acompanhamento de alunos da rede pública estadual do Rio de Janeiro, abriu-se uma janela de possibilidades, que despertou nela, o interesse pela docência.
Nascida em Santiago, no Chile, em 24 de setembro de 1963, veio para o Brasil aos 7 anos de idade. Seu pai trabalhava na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), motivo pelo qual nasceu no Chile. Desde muito pequena gostava de descobrir o funcionamento das coisas e sempre foi muito curiosa. Na ciência começou a estudar fisiologia vegetal, queria entender como as plantas funcionavam, seu metabolismo, sua estrutura, e acabou trabalhando com ecologia de ecossistemas. Embora não fosse uma pessoa cientista, sua mãe, uma mineira de muita resistência e determinação, foi sua maior inspiração. Mercedes acredita que ter exemplos femininos torna mais fácil, para as meninas, a percepção de que é possível superar desafios no campo das ciências.
O interesse pela área de Ciências Biológicas consolidou-se durante o ensino médio quando se profissionalizou como auxiliar de análises clínicas, uma experiência que lhe possibilitou o contato com procedimentos analíticos e práticas laboratoriais. Durante a graduação, no curso de Ciências Biológicas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), as excursões de campo oferecidas pela instituição foram oportunidades que lhe permitiu conhecer diversos ecossistemas (BUSTAMANTE, 2017).
Seu encantamento pelo Cerrado ocorreu no início dos anos 80, ainda durante a graduação, quando estudava biologia e assistiu a uma apresentação de botânica, no Museu Nacional, na qual aparecia as belas flores do Cerrado (REVISTA PESQUISA, 2023). Dez anos depois do início deste evento, devido ao encantamento despertado, Mercedes foi morar em Brasília e trabalhar como professora visitante da Universidade de Brasília (UnB). Oportunamente, pôde conhecer o Cerrado, devido a uma viagem que fez, onde atravessou o Cerrado até o Pantanal. Em suas próprias palavras, “a experiência com as atividades de campo, já nos semestres iniciais do curso de Ciências Biológicas, reforçou a minha convicção (inicialmente fundamentada na minha vivência como discente) de que o treinamento e a percepção dos fenômenos naturais em campo são parte essencial da formação de bons profissionais de Ciências Biológicas em um país com a riqueza biológica do Brasil”.
Logo após a conclusão da graduação em Ciências Biológicas fez especialização na mesma área e decidiu cursar o mestrado em Ciências Agrárias, pela Universidade Federal de Viçosa. No início de 1990, viaja para a Alemanha, a fim de fazer o doutorado, onde iniciou os estudos relacionados à mudança climática. Na época, este tema começou a ganhar mais atenção e por isso, Mercedes aprofundou-se nele, partindo de uma escala regional para uma global (CRBIO03, 2021). Suas pesquisas mais recentes versam sobre o uso do solo e das mudanças climáticas, cujo foco é o bioma Cerrado.
Tornar o ensino de Ciências mais atrativo e acessível sempre foi uma preocupação para ela. Ao participar de projeto de acompanhamento de alunos da rede pública estadual do Rio de Janeiro, abriu-se uma janela de possibilidades, que despertou nela, o interesse pela docência.
<strong> Atividade profissional e atuação</strong>
Sua experiência em pesquisa e na produção de informações para embasar decisões sobre questões ambientais, levou-a a refletir sobre a importância de capacitar profissionais capazes de integrar diversos campos do conhecimento para compreender a complexidade dos sistemas socioambientais.
Porém, Mercedes enfrentou alguns desafios em sua rota profissional que corroboraram para que ela se tornasse uma mulher que defende o “ambiente acolhedor” no meio acadêmico e buscasse a igualdade de direito à voz junto aos pares. Relatou que assim que entrou na UnB, com o nascimento da sua filha mais velha e seu esposo fazendo pós-doc, ficou sozinha e cogitou pedir o descredenciamento na pós-graduação. Contudo, contou com o acolhimento de um colega chamado Laércio que, sabiamente e com um olhar de caça-talento, a incentivou a continuar; dizendo-lhe que aquela fase iria passar e ela conseguiria permanecer no programa. Este incentivo e acolhimento foram cruciais para a continuidade da sua carreira. Mercedes reconhece que caso tivesse saído naquele momento, outras demandas teriam aparecido (Bustamante, 2023).
Ela espera ter conseguido também incentivar algumas pessoas ao longo de sua jornada. Como ela mesmo diz, enquanto cientista:
<cite> “... a gente também tem uma vida, também tem sentimentos, se abala, também chora, cai, volta, passa raiva também. Nem tudo é só toque de genialidade ... é um trabalho árduo, que exige dedicação, que exige essa perspectiva de que precisa fazer, precisa estar organizado, precisa ter qualidade e que isso impõe algumas restrições, mas por outro lado também traz muitas alegrias. ”</cite>
Dar aula é uma das ocupações das quais Mercedes mais gosta. Professora titular da UnB desde 1994, sua maior satisfação é perceber que o aluno entendeu a ideia, “a mente gerou uma engrenagem e o olhinho dele brilhou”. Em sua trajetória como docente no Departamento de Ecologia, que inclui as disciplinas Métodos em Biologia (Ciências Biológicas), Fundamentos de Ecologia e Evolução (Geologia), Ecologia Vegetal (Ciências Biológicas e Engenharia Florestal), Ecologia Básica (disciplina de Módulo Livre), orientou aproximadamente 30 alunos de graduação entre bolsistas de iniciação científica e trabalhos de conclusão de curso. Em nível de pós-graduação, ministrou as disciplinas de Nutrição Mineral de Plantas, Meio Ambiente Físico e Fatores Edáficos, Seminários em Ecologia, Ecologia de Comunidades e Ecossistemas. Já orientou até 2024, 28 mestres, 24 doutores e 18 pós-doutores (Bustamante, 2023).
Os discentes formados e pós-doutores sob sua supervisão, trabalham como docentes em universidades brasileiras e institutos técnicos federais, tais como: UnB- Universidade de Brasília, , Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Sergipe, Universidade Estadual de Goiás, Instituto Federal-Brasília, entre outros e alguns como pesquisadores em empresas como a Embrapa, outros tornaram-se servidores públicos federais em órgãos como Ministério do Meio Ambiente, Agência Nacional de Águas, Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada e organizações não governamentais como, por exemplo: o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) (BUSTAMANTE, 2017).
Durante seus 23 anos como docente no Departamento de Ecologia, desenvolveu o Laboratório de Ecologia de Ecossistemas, com ênfase na Biogeoquímica de Ecossistemas Tropicais, especialmente do Cerrado, e nas interações entre Mudanças Ambientais (como Mudança Climática, Mudanças no Uso da Terra e Queimadas) e o funcionamento de sistemas naturais e manejados. Neste ínterim, a colaboração com outros docentes do Departamento de Ecologia foi fundamental para solidificar essa trajetória. Ela destacou, em particular, a oportunidade de trabalhar no Projeto Fogo, coordenado pela Prof. Heloisa Miranda, o que lhe permitiu avaliar o impacto das queimadas prescritas na ciclagem de nutrientes e nas emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera. Da mesma forma, a interação com o Prof. Antônio Carlos Miranda foi crucial no início da sua atuação no Departamento de Ecologia. Ele foi um dos pioneiros nos estudos sobre os fluxos de carbono entre a vegetação e a atmosfera no Cerrado. Suas orientações sobre a necessidade de um melhor entendimento do papel dos solos nesses fluxos contribuíram para que os trabalhos abordassem os fluxos de gases do solo para a atmosfera e suas interações com características do solo e a biomassa microbiana (BUSTAMANTE, 2017).
Foi considerada “uma das maiores autoridades do Brasil em mudanças climáticas, referência mundial no estudo da ecologia de ecossistemas e da biodiversidade, e voz ativa na defesa do Cerrado brasileiro” pelo Prêmio Faz Diferença de 2022 (iniciativa do GLOBO e Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - Firjan) (CRBIO07, 2023).
Em 2020, esteve entre os 18 brasileiros mais citados em estudos de diversas áreas de conhecimento no Web of Science, que divulga os nomes dos pesquisadores mais mencionados em trabalhos científicos no mundo (CRBIO03, 2021). Ganhou vários outros prêmios, como: o Prêmio Verde das Américas, do Encontro Verde das Américas - Greenmeeting, na categoria Mudanças Climáticas (2009) e o Prêmio Cláudia - Mulher do Ano na categoria Ciências (2017) (BUSTAMANTE, 2017). Foi professora substituta na Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ em 1985, diretora de Programas e Bolsas no País da CAPES (2016), diretora de Políticas e Programas Temáticos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (2012-2013) e em 2023, assumiu a presidência da CAPES, onde permaneceu até 2024.
Apesar de seus títulos e honrarias, sempre esteve muito preocupada com as pessoas. Deseja que em toda história como pesquisadora sua maior contribuição seja fazer ou tornar a ciência atrativa para as novas gerações de cientistas brasileiros. Como gestora, espera ter contribuído na vida de seus colaboradores e pares inspirando um ambiente acolhedor, paritário, entendendo que existem demandas diferentes, visões diferentes (Bustamante, 2023).
Mercedes, de fato, tem contribuído e inspirado pessoas. Para Thaís Mesquita, assessora de comunicação da Capes, “Mercedes é uma mulher inspiradora e sua liderança não é diferente: ela consegue extrair o melhor das pessoas e nos motiva a fazer o mesmo em nossas equipes”. Isabela Ramos Coelho Pimentel relatou que: “Durante o ano de 2023, tive o privilégio de fazer parte da equipe da professora Mercedes que esteve à frente da Presidência da CAPES, cuja atuação trouxe imenso enriquecimento para minha jornada pessoal e profissional. Nossos dias compartilhados foram permeados por uma troca constante de aprendizados, onde pude testemunhar sua habilidade singular na condução das atividades de gestão. Admiravelmente, ela personifica a firmeza aliada à cordialidade, o respeito e a importante prática da escuta ativa. Como uma verdadeira professora, ela nos ensina que as relações interpessoais devem fluir de forma orgânica e genuína. Sem dúvida alguma, é uma das melhores profissionais com quem tive o privilégio de colaborar, deixando um legado de inspiração e profissionalismo em meu caminho”.
Sua experiência em pesquisa e na produção de informações para embasar decisões sobre questões ambientais, levou-a a refletir sobre a importância de capacitar profissionais capazes de integrar diversos campos do conhecimento para compreender a complexidade dos sistemas socioambientais.
Porém, Mercedes enfrentou alguns desafios em sua rota profissional que corroboraram para que ela se tornasse uma mulher que defende o “ambiente acolhedor” no meio acadêmico e buscasse a igualdade de direito à voz junto aos pares. Relatou que assim que entrou na UnB, com o nascimento da sua filha mais velha e seu esposo fazendo pós-doc, ficou sozinha e cogitou pedir o descredenciamento na pós-graduação. Contudo, contou com o acolhimento de um colega chamado Laércio que, sabiamente e com um olhar de caça-talento, a incentivou a continuar; dizendo-lhe que aquela fase iria passar e ela conseguiria permanecer no programa. Este incentivo e acolhimento foram cruciais para a continuidade da sua carreira. Mercedes reconhece que caso tivesse saído naquele momento, outras demandas teriam aparecido (Bustamante, 2023).
Ela espera ter conseguido também incentivar algumas pessoas ao longo de sua jornada. Como ela mesmo diz, enquanto cientista:
<cite> “... a gente também tem uma vida, também tem sentimentos, se abala, também chora, cai, volta, passa raiva também. Nem tudo é só toque de genialidade ... é um trabalho árduo, que exige dedicação, que exige essa perspectiva de que precisa fazer, precisa estar organizado, precisa ter qualidade e que isso impõe algumas restrições, mas por outro lado também traz muitas alegrias. ”</cite>
Dar aula é uma das ocupações das quais Mercedes mais gosta. Professora titular da UnB desde 1994, sua maior satisfação é perceber que o aluno entendeu a ideia, “a mente gerou uma engrenagem e o olhinho dele brilhou”. Em sua trajetória como docente no Departamento de Ecologia, que inclui as disciplinas Métodos em Biologia (Ciências Biológicas), Fundamentos de Ecologia e Evolução (Geologia), Ecologia Vegetal (Ciências Biológicas e Engenharia Florestal), Ecologia Básica (disciplina de Módulo Livre), orientou aproximadamente 30 alunos de graduação entre bolsistas de iniciação científica e trabalhos de conclusão de curso. Em nível de pós-graduação, ministrou as disciplinas de Nutrição Mineral de Plantas, Meio Ambiente Físico e Fatores Edáficos, Seminários em Ecologia, Ecologia de Comunidades e Ecossistemas. Já orientou até 2024, 28 mestres, 24 doutores e 18 pós-doutores (Bustamante, 2023).
Os discentes formados e pós-doutores sob sua supervisão, trabalham como docentes em universidades brasileiras e institutos técnicos federais, tais como: UnB- Universidade de Brasília, , Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Sergipe, Universidade Estadual de Goiás, Instituto Federal-Brasília, entre outros e alguns como pesquisadores em empresas como a Embrapa, outros tornaram-se servidores públicos federais em órgãos como Ministério do Meio Ambiente, Agência Nacional de Águas, Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada e organizações não governamentais como, por exemplo: o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) (BUSTAMANTE, 2017).
Durante seus 23 anos como docente no Departamento de Ecologia, desenvolveu o Laboratório de Ecologia de Ecossistemas, com ênfase na Biogeoquímica de Ecossistemas Tropicais, especialmente do Cerrado, e nas interações entre Mudanças Ambientais (como Mudança Climática, Mudanças no Uso da Terra e Queimadas) e o funcionamento de sistemas naturais e manejados. Neste ínterim, a colaboração com outros docentes do Departamento de Ecologia foi fundamental para solidificar essa trajetória. Ela destacou, em particular, a oportunidade de trabalhar no Projeto Fogo, coordenado pela Prof. Heloisa Miranda, o que lhe permitiu avaliar o impacto das queimadas prescritas na ciclagem de nutrientes e nas emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera. Da mesma forma, a interação com o Prof. Antônio Carlos Miranda foi crucial no início da sua atuação no Departamento de Ecologia. Ele foi um dos pioneiros nos estudos sobre os fluxos de carbono entre a vegetação e a atmosfera no Cerrado. Suas orientações sobre a necessidade de um melhor entendimento do papel dos solos nesses fluxos contribuíram para que os trabalhos abordassem os fluxos de gases do solo para a atmosfera e suas interações com características do solo e a biomassa microbiana (BUSTAMANTE, 2017).
Foi considerada “uma das maiores autoridades do Brasil em mudanças climáticas, referência mundial no estudo da ecologia de ecossistemas e da biodiversidade, e voz ativa na defesa do Cerrado brasileiro” pelo Prêmio Faz Diferença de 2022 (iniciativa do GLOBO e Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - Firjan) (CRBIO07, 2023).
Em 2020, esteve entre os 18 brasileiros mais citados em estudos de diversas áreas de conhecimento no Web of Science, que divulga os nomes dos pesquisadores mais mencionados em trabalhos científicos no mundo (CRBIO03, 2021). Ganhou vários outros prêmios, como: o Prêmio Verde das Américas, do Encontro Verde das Américas - Greenmeeting, na categoria Mudanças Climáticas (2009) e o Prêmio Cláudia - Mulher do Ano na categoria Ciências (2017) (BUSTAMANTE, 2017). Foi professora substituta na Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ em 1985, diretora de Programas e Bolsas no País da CAPES (2016), diretora de Políticas e Programas Temáticos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (2012-2013) e em 2023, assumiu a presidência da CAPES, onde permaneceu até 2024.
Apesar de seus títulos e honrarias, sempre esteve muito preocupada com as pessoas. Deseja que em toda história como pesquisadora sua maior contribuição seja fazer ou tornar a ciência atrativa para as novas gerações de cientistas brasileiros. Como gestora, espera ter contribuído na vida de seus colaboradores e pares inspirando um ambiente acolhedor, paritário, entendendo que existem demandas diferentes, visões diferentes (Bustamante, 2023).
Mercedes, de fato, tem contribuído e inspirado pessoas. Para Thaís Mesquita, assessora de comunicação da Capes, “Mercedes é uma mulher inspiradora e sua liderança não é diferente: ela consegue extrair o melhor das pessoas e nos motiva a fazer o mesmo em nossas equipes”. Isabela Ramos Coelho Pimentel relatou que: “Durante o ano de 2023, tive o privilégio de fazer parte da equipe da professora Mercedes que esteve à frente da Presidência da CAPES, cuja atuação trouxe imenso enriquecimento para minha jornada pessoal e profissional. Nossos dias compartilhados foram permeados por uma troca constante de aprendizados, onde pude testemunhar sua habilidade singular na condução das atividades de gestão. Admiravelmente, ela personifica a firmeza aliada à cordialidade, o respeito e a importante prática da escuta ativa. Como uma verdadeira professora, ela nos ensina que as relações interpessoais devem fluir de forma orgânica e genuína. Sem dúvida alguma, é uma das melhores profissionais com quem tive o privilégio de colaborar, deixando um legado de inspiração e profissionalismo em meu caminho”.
Prêmios e condecorações
Bióloga, uma das maiores referências no estudo da ecologia de ecossistemas e da biodiversidade no Brasil e exterior. Suas temáticas mais pesquisadas são: cerrado, mudanças no uso da terra, biogeoquímica e mudanças ambientais globais.
Date Issued
December 20, 2024