Nikola Tesla

Item

Nome Completo

Nikola Tesla

Sobrenome

TESLA

Nome

Nikola

Profissão

Inventor

Áreas do Conhecimento

Engenharias

Referências

CIPOLI, Dimas Angelo (Trad.; Rev.). <strong>TESLA, Nikola. Minhas invenções: a autobiografia de Nikola Tesla</strong>. UNESP, nov . 2013. 108 p.
FRAZÃO, Diva. Nikola Tesla: Inventor austro-húngaro.<strong>E-Biografia</strong> . Atualizado em 08 maio 2023. Disponível em Biografia de Nikola Tesla - eBiografia. Acessado em 10 out. 2023.

Palavras-chaves

Português eletricidade
Português inventor
Português transmissão de energia elétrica por corrente alternada

Foto Principal

Nascimento

July 10, 1856

Falecimento

January 7, 1943

Frase

“Se você quiser descobrir os segredos do Universo, pense em termos de energia, frequência e vibração”.
“‘Eu não creio que exista algo mais emocionante para o coração humano do que a emoção sentida pelo inventor quando ele vê alguma criação da mente se tornando algo de sucesso. Essas emoções fazem o homem esquecer comida, sono, amigos, amor, tudo”.
‘Nós almejamos por novas sensações, mas logo nos tornamos indiferentes a elas. As maravilhas de ontem são coisas comuns hoje em dia”.

Breve Resumo

Inventor e palestrante austríaco de ascendência sérvia, naturalizado norte-americano. Considerado um gênio excêntrico com problemas de saúde e psicológicos, teve reconhecimento mundial tardio, destacando-se o sistema de fornecimento de eletricidade em corrente alternada.

Biografia

<strong>Base familiar e educacional</strong>
Nikola Tesla, filho de Milutin Tesla, erudito e filósofo natural, poeta e escritor, e de Duka Mandic (descendente de linhagem de inventores), hábil artesã, que mesmo sem educação formal, elaborava ferramentas e dispositivos artesanais, incluindo o mobiliário da casa. Recebeu educação militar de seu pai, que serviu ao exército de Napoleão, contudo, tornou-se padre ortodoxo sérvio. Sua mãe era reconhecida por ter uma memória privilegiada, que usava para memorizar poemas épicos sérvios, de quem Nikola afirmava ter herdado a memória fotográfica (Silva; Helerbrock, s. d; Zivic, 2023).
Nikola tinha três irmãs: Angelina, Milka e Marica e um irmão mais velho, Dane, falecido quando Nikola tinha apenas cinco anos, vítima de acidente com cavalo árabe. Segundo Nikola, seu irmão era muito inteligente, um “raro fenômeno de mentalidade”. A morte prematura dele, muito abalou seus pais e, por ter presenciado a cena, até a idade de oito anos, Nikola sentia-se inseguro, fraco e vacilante (Cipoli, 2013, p. 13 e 14). Essa experiência o marcou profundamente e, fortemente influenciado por superstições, vivia em constante temor de espíritos do mal, de fantasmas, ogros e outros monstros profanos do escuro (Cipoli, 2013, p. 24).
Tinha paixão pelos livros, desde pequeno. Em casa havia uma biblioteca que ele visitava sempre que podia, apesar dos protestos do pai: “Ele não permitia e ficava com raiva quando me pegava em flagrante. Ele escondeu as velas quando descobriu que eu lia escondido. Não queria que eu estragasse meus olhos. Mas com o sebo que consegui obter, fiz pavios e moldei pequenos bastões. Toda noite eu tapava o buraco da fechadura e as frestas e lia, muitas vezes até de madrugada, quando todos os outros dormiam e minha mãe começava a sua árdua tarefa diária” (Cipoli, 2013, p. 24).
Nikola frequentou a escola fundamental por um ano, na cidade de Smiljan – onde estudou alemão, aritmética e religião - e posteriormente, em 1862, em Gospić (Silva; Helerbrock, s. d).
A baixa autoestima durante a infância poderia estar associada a uma condição peculiar de saúde mental que o levava a ter visões, algumas associadas a flashes luminosos, trazendo coisas e cenas vistas e vivenciadas, as quais deformavam a realidade e interferiam em seus pensamentos e ações. Muitas vezes, Nikola tinha dificuldades em distinguir o que era real, causando desconforto e ansiedade. Ninguém nunca conseguiu explicar, nem para ele e nem para o irmão que tinha problema similar, de forma convincente estes fenômenos (Cipoli, 2013).
Assim, o próprio Nikola concluiu que as imagens que via eram provocadas por situações de excitação ou estresse, e que não eram alucinações decorrentes de doenças ou angústias, já que se considerava normal e sereno. Logo, a situação passou a causar-lhe alívio e conforto e Nikola começou a forçar a visão para viajar sozinho em sua mente, todas as noites e algumas vezes durante o dia; viajava por novos lugares, cidades e países; vivenciando, conhecendo pessoas e fazendo amizades e conhecidos, os quais se tornaram tão queridos como aqueles da vida real: “Eu fiz isso constantemente até quando eu estava com cerca de dezessete anos, quando meus pensamentos se voltaram seriamente à invenção” (Cipoli, 2013, p. 19).
Desde pequeno, aos 6 anos de idade já era inclinado às invenções. Em certa ocasião, não pode brincar porque havia brigado com o colega, dono do gancho de pesca, usado para pegar sapos e rãs. Diante da situação, construiu algo similar, que fez mais sucesso que o original, causando certa inveja aos colegas. A rixa entre eles durou até o Natal, quando Tesla resolveu compartilhar o invento.
Devido à timidez excessiva, na infância em Gospić, Nikola permanecia em casa, observando as pessoas estranhas que transitavam pela rua e por isso, manifestava grande dificuldade em circular por ali, aos domingos, quando ia à igreja.
Porém, houve um caso específico em que a curiosidade venceu a timidez: certo dia, um comerciante empreendedor comprou um carro de bombeiros, cujo motor foi pintado de vermelho e preto. Naquela tarde espetacular, a máquina foi levada ao rio para demonstração do bombeamento de água, porém o mecanismo não funcionou, mesmo contando com a intervenção dos professores e especialistas. Nikola, apesar de não conhecer o mecanismo e tampouco saber quase nada de pressão de ar, instintivamente apalpou a mangueira de sucção e tirou a pressão que ali havia. Fez a água jorrar com força e por pouco as roupas de domingo não foram estragadas. A façanha fez com que o carregasse nos ombros e o festejasse como herói do dia (Cipoli, 2013).
No afã de menino e explorador, entre os 10 e 13 anos, cursou a Escola Normal preparatória aos Ensinos Fundamental e Médio, antes da faculdade. Na escola, havia alguns modelos mecânicos, dentre eles, destacam-se as turbinas hidráulicas, as quais Nikola construiu e operou. No departamento de física, havia modelos clássicos de aparelhos científicos, elétricos e mecânicos, e as demonstrações o fascinavam incentivando sua criatividade. Gostava de matemática e possuía habilidade em realizar cálculos, devido à facilidade de visualizar os dados e executar mentalmente as operações (Cipoli, 2013).
Iniciou, aos 14 anos, as aulas no Ginásio Real Superior, na cidade croata de Karlovac entre 1870 e 1873, as quais eram ministradas em alemão, devido à vigência do período militar Austro-Húngaro. A vida dele, naquele período, foi bastante atribulada: desenganado pelos médicos, à época, contraiu cólera, fato que o deixou acamado por nove meses, Durante o confinamento, aproveitava seu tempo para ler e, segundo relatos próprios, foi esse passatempo que o ajudou em sua recuperação (Silva; Helerbrock, s. d; Cipoli, 2013).
Em 1874, por estímulo paterno, Tesla fugiu de Smiljan para a região montanhosa, a fim de evitar o recrutamento do Exército Austro-Húngaro. Nesse período de nove meses, aproveitou o tempo para idealizar vários experimentos mentais. O incentivo para isso, veio da época do ensino médio, quando um dos professores dele, que realizava pesquisas com eletricidade, o encorajava; a influência daquele professor despertou no jovem Tesla a vontade de "conhecer mais essa força maravilhosa" (Silva; Helerbrock, s. d; Cipoli, 2013), o que culminou com a escolha do curso de Engenharia Elétrica para a graduação. Apesar de desejar que Nikola optasse pelo caminho do sacerdócio, o pai dele consentiu-lhe que cursasse engenharia.
Em 1875, aos 19 anos, graças a uma bolsa de estudos, iniciou o curso no Instituto Politécnico em Graz (Áustria), decidido a ter sucesso, seja pela formação prévia acumulada, pelos ensinamentos do pai, seja pelas escolas em que estudou e/ou devido ao conhecimento de vários idiomas, que lhe permitia acessar as informações de livros de diversas bibliotecas.
Preparou-se mentalmente para causar impacto positivo nos pais. Fundou um clube cultural sérvio e destacou-se no 1º ano em frequência integral, com notas altas, obteve aprovação em nove exames (quase o dobro do necessário), conseguiu assim, apreço e amizade de vários professores. Recebeu, ainda, uma carta de recomendação do reitor da faculdade técnica, endereçada ao pai dele, que dizia: "Seu filho é uma estrela de primeira linha, que se dedica diariamente das 3h00 às 23h00, incluindo domingos ou feriados”.
Com essas conquistas, retornou para casa durante as férias, esperando ser valorizado pelo seu pai, porém, o encontro não ocorreu como esperado. Nikola comentou “...fiquei mortificado quando meu pai fez pouco destas honras duramente conquistadas... Isso quase matou a minha ambição...” (Silva; Helerbrock, s. d; Cipoli, 2013).
Depois da decepção, no retorno à escola, acabou ficando viciado em jogos de azar, situação que o fez perder sua bolsa de estudos no 2º ano. O cenário se agravou no 3º ano, quando perdeu sua mesada em apostas e não se preparou para as provas. Em 1878, ficou sem notas naquele semestre abandonou a graduação, evitando a família para esconder essa situação, domiciliou-se em Maribor e passou a se sustentar como desenhista, por 60 florins por mês, e ocupava o tempo jogando cartas nas ruas.
O pai de Tesla sempre levou uma vida exemplar, preocupava-se e não desculpava o desperdício de tempo e dinheiro empregados naquelas atividades. Em março de 1879, foi visitá-lo para pedir que retornasse para casa, mas ele não aceitou. Menos de um mês depois, seu pai faleceu, aos 60 anos. Obrigado a voltar para a cidade de Gospić, após um colapso nervoso, Nikola passou a dar aulas em sua antiga escola. Dois de seus tios juntaram dinheiro para que ele voltasse a estudar, na Universidade Carolina, em Praga (capital da República Tcheca). Apesar de desconhecer os idiomas grego e tcheco (disciplinas obrigatórias), assistiu como ouvinte às aulas de filosofia (Silva; Helerbrock, s. d).
Durante esse período, Tesla não conseguiu superar sua condição frágil de saúde, tendo sofrido novo colapso nervoso. Foi diagnosticado por um famoso médico como tendo uma doença única e incurável, que o fazia consumir doses grandes de medicação (Cipoli, 2013).
Em meio a todas as dificuldades, os livros seguiam sendo seu consolo. Em uma tarde memorável no passeio com um amigo, sentiu renovadas suas esperanças de recuperação, ao recitar uma passagem de “Fausto”, de Goethe. Naquele momento teve um lampejo de criatividade e desenhou na areia um diagrama, que seria a ideia do motor de indução por corrente alternada, apresentado seis anos após no American Institute of Electrical Engineers.
<strong>Vida adulta, percurso profissional e invenções</strong>
Superada a crise de saúde, em 1881, Nikola migra de Praga (República Tcheca) a Budapeste (Hungria) para trabalhar em uma empresa pioneira de central telefônica, criada pelo inventor húngaro Tivadar Puskás. Embora tenha sido contratado como desenhista no Gabinete Central de Telégrafo do Governo húngaro, chegou a ser eletricista chefe, por realizar melhorias no aparelho da Estação Central e o aperfeiçoamento do repetidor de telefone/amplificador. Esses trabalhos nunca foram patenteados ou publicamente descritos e creditados a Nikola.
Em 1882, muda-se para Paris (França), onde fica encantado, passando tempos a vagar e gastando tudo que tinha com as atrações irresistíveis da cidade. Foi contratado como engenheiro pela Continental Edison Company, por indicação de Puskás, e destacou-se na solução de diversos problemas, tanto na França como na Alemanha. A empresa era de Thomas Alva Edison – norteamericano com 1.033 patentes registradas, incluindo a invenção da lâmpada elétrica e a frase “Um gênio se faz com um por cento de inspiração e noventa e nove de esforço”. (Silva; Helerbrock, s. d; Cipoli, 2013; Frazão, 2023).
Em junho de 1884, foi transferido para a Edison Machine Works, em Nova York (EUA), tendo a meta de aperfeiçoar 24 máquinas que adotavam motores de corrente contínua (CC), com a promessa de que seria bonificado com 50 mil dólares. Seis meses depois, e apesar de trabalhar diária e compulsivamente por 18 horas, descobriu que não receberia o prometido prêmio e se demitiu. Edison comentou com Nikola "Eu tive muitos assistentes que trabalham duro, mas você leva o bolo” (Cipoli, 2013, p. 64).
Após ser demitido, em 1885, abriu sua própria empresa, a Tesla Electric Light & Manufacturing, com dois investidores, Robert Lane e Benjamin Vail, que permaneceram por um ano, quando a empresa faliu, em 1886 (Silva; Helerbrock, s. d; Cipoli, 2013).
Em 1887, Nikola inventou um motor elétrico que funcionava por indução eletromagnética com corrente alternada (CA), vendendo a patente em 1888, para a Westinghouse Electric & Manufacturing Company (concorrente da Edison Machine Works), de George Westinghouse, que o contratou como consultor.
Naquela época, a sociedade estava em pleno desenvolvimento e precisava de mais energia. Havia uma competição para se encontrar a maneira mais eficaz de produzir e transportar eletricidade para as muitas máquinas existentes e para acender as luzes. Os dois sistemas concorrentes de transmissão elétrica eram a corrente contínua e a corrente alternada.
Após comprar a patente de Tesla, a Westinghouse passou a adotar a CA, assim ampliando a potência da transmissão elétrica que permitia a distribuição em longas distâncias. Devido ao sucesso do empreendimento, a empresa ganhou um contrato em 1893, para construção de uma usina hidrelétrica com esse novo sistema, nas cataratas do Niágara. A usina forneceu energia para Buffalo e Boston (EUA; se tornando o padrão norte americano) e Toronto (Canadá) (Silva; Helerbrock, s. d). Foi a primeira usina hidrelétrica do mundo e Tesla possuía nove das 13 patentes usadas para construí-la (Zivic, 2023).
A disputa entre as concorrentes era acirrada. De um lado a Edison Machine (sua antiga empregadora), que usava corrente contínua, e a Westinghouse (atual empregadora), que usava, com muito sucesso, a corrente alternada. Naquela época, Thomas Edison promoveu uma campanha extensa e fracassada para estigmatizar a corrente elétrica alternada. Alegava que provocaria risco biológico e fazia demonstrações públicas de mau gosto, com a eletrocussão de cachorros, gatos e elefantes, declarando que isso aconteceria caso a corrente alternada fosse instalada nas casas. Ademais, associou a corrente alternada ao uso nas execuções de seres humanos na cadeira elétrica. A obra da usina hidrelétrica das cataratas do Niágara encerrou a “guerra das correntes”, com a vitória da corrente alternada de Tesla.
Conforme Cipoli (2013), após o sucesso do motor elétrico de corrente alternada, Nikola trabalhou em outros projetos, como o denominado World System (Sistema Mundial) da transmissão de energia elétrica sem fios e sem redução de intensidade, em 1901. O grande objetivo dele era permitir a comunicação mundial: um sistema sem fio de comunicação global instantânea por vídeo e voz, em que as informações estariam disponíveis para qualquer pessoa, em qualquer lugar (Zivic, 2023).
Para desenvolver esses estudos, Tesla criou seu próprio laboratório e começou a fazer experiências com comunicação sem fio e transmissão de energia. Ele abriu suas portas ao público, fazendo demonstrações dos seus inventos e se tornando uma celebridade (Zivic, 2023). Sua intenção era desenvolver novas tecnologias para criar um mundo sem fio e com energia gratuita para todos.
Para viabilizar esse projeto, Nikola contraiu empréstimo de 150 mil dólares, mas não conseguiu realizar a transmissão de energia elétrica sem fios, comprometendo sua vida financeira. Apesar de ter continuado a trabalhar em vários outros projetos, não tinha recursos, e muitas de suas ideias permaneceram no papel, pois ele não conseguia entender que ciência e engenharia são processos que dependem de colaboração, envolvendo muitas pessoas (Zivic, 2023). Segundo o historiador Iwan Rhys Morus, em seu livro Nikola Tesla and the Electrical Future, Tesla cometeu o erro de pensar que era o único que poderia criar o futuro elétrico e, por isso, não estava interessado em colaborar com outros cientistas (Zivic, 2023).
Devido à falência financeira e inadimplência, após 22 anos, Nikola foi despejado do Hotel Waldorf Astoria. Entre 1922 e 1934, precisou mudar constantemente de hotéis e manteve ativo o vício de jogar bilhar em Nova York, deixando contas a pagar. A partir de 1934, passou a receber pensão da empresa onde trabalhava, a Westinghouse Electric & Manufacturing Company (Silva; Helerbrock, s. d).
Comentaristas ressaltaram que esta pesquisa sem sucesso de Nikola foi o marco para o desenvolvimento de sistemas como controle remoto e internet wireless. Nikola, que não se casou e não teve filhos, faleceu aos 87 anos, possivelmente em consequência de problemas cardíacos, no quarto do Hotel New Yorker, em 7 de janeiro de 1943.
Segundo Frazão (2023), foram marcantes as contribuições de Nikola à eletrotécnica e à radioeletricidade, com registro de cerca de 40 patentes nos EUA e 700 no mundo, como a lâmpada fluorescente, motor de indução utilizado na indústria e eletrodomésticos, controle remoto, bobina Tesla, transmissão via rádio, sistema de ignição automotiva, além da multiplicidade de usos da corrente alternada. O sistema de Tesla ainda é o principal método de produção, transmissão e distribuição de energia elétrica e muitos dos dispositivos elétricos atuais dependem de outras de suas invenções, inclusive os carros elétricos. A bobina de Tesla, um dispositivo que emite fluxos de energia elétrica, é usada ainda hoje em aparelhos de rádio e televisão e outros equipamentos eletrônicos (Zivic, 2023).
Em vida, recebeu em 1894, o título Honoris Causa pela Columbia University e a medalha Elliot Cresson do Franklin Institut. Em 1912, recusou-se a dividir o Prêmio Nobel de Física com Thomas Edison, o qual foi concedido ao sueco Gustaf Dalén. A cidade da Filadélfia concedeu-lhe, em 1934, a medalha John Scott pelo seu sistema de energia polifásico. Nikola foi membro honorário da Associação Nacional de Luz Elétrica dos Estados Unidos e membro da Associação Americana para o Avanço da Ciência. Ao longo de sua vida recebeu outras honrarias e publicou diversos artigos e duas autobiografias.
Em 1955, foi inaugurado o Museu Nikola Tesla em Belgrado na Sérvia, no qual estão abrigados mais de 160 mil documentos do cientista, incluindo manuscritos, notas científicas, planos, esboços, diagramas, cálculos, cartas e fotos, além de peças de vestuário, mobiliário e eletrodomésticos. Tesla é amplamente reconhecido em seu país natal, onde ruas, escolas e um aeroporto foram batizados com o nome dele. Na Sérvia e na Croácia, Tesla está presente em cédulas e moedas.
Em 1960, a grande contribuição de Tesla para a ciência foi reconhecida. A 11ª Conferência Geral de Pesos e Medidas, ocorrida em Paris, nomeou a unidade de indução magnética do Sistema Internacional de Unidades, “tesla”. Assim, Nikola se juntou a quinze dos maiores cientistas da história, são eles: Newton, Faraday, Volta, Hertz, Ampère e Kelvin (todos esses cientistas dão nomes a unidades de medida) e dessa feita, ele ocupou seu espaço na história (Nikola Tesla Museum).
Hoje, a famosa fabricante de automóveis dos EUA leva o nome de Tesla e, em 2018, a empresa SpaceX lançou um veículo Tesla Roadster para Marte no foguete The Falcon Zivic, 2023).
<strong>Vamos Refletir? </strong>
A biografia de Nikola Tesla é um bom exemplo de como a vida de um cientista pode ser cheia de percalços e dificuldades de todo tipo, ilustrando muito bem sua condição humana. Além dos problemas de saúde, que fizeram parte da sua vida desde criança, e o vício por jogos de azar, Tesla enfrentou, durante grande parte de sua vida, a falta de reconhecimento de seus talentos e conquistas, inclusive pela própria família.
Por sua capacidade de visualizar e realizar experimentos mentais era, com certeza, alguém com habilidades especiais, mas que nunca alcançou todo o potencial, principalmente por não haver reconhecido que a ciência é uma atividade colaborativa. Sua insistência em trabalhar sozinho e isolado rendeu dívidas e o impediu de alcançar o objetivo de fornecer energia livre e gratuita para todos.
Por seus hábitos, Tesla ganhou fama de excêntrico e de um homem obcecado com fobia de germes. Mas ele era apenas humano, com manias e traumas, frutos de uma vida atribulada e problemática.
<b>Notas de rodapé</b>
1. Corrente elétrica é produzida pelo movimento dos elétrons em um material condutor. Na corrente contínua, existe polaridade definida e os elétrons mantêm único sentido, movendo-se do polo de maior potencial para o de menor potencial. Na corrente alternada não há polaridade bem definida e os elétrons mudam de direção no intervalo de um segundo. A corrente alternada permite transmitir e distribuir energia elétrica a longas distâncias com menor perda (Mattede, s.d).

Prêmios e condecorações

- Título Honoris Causa pela Columbia University e a medalha Elliot Cresson do Franklin Institut.
- Medalha John Scott pelo seu sistema de energia polifásico.
- Nikola foi membro honorário da Associação Nacional de Luz Elétrica dos Estados Unidos e membro da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
- Museu Nikola Tesla em Belgrado na Sérvia.

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Créditos

Revisão de texto

Date Issued

May 29, 2024

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