Ronald Cintra Shellard

Item

Nome Completo

Ronald Cintra Shellard

Sobrenome

SHELLARD

Nome

Ronald

Profissão

Físico

Áreas do Conhecimento

Ciências Exatas e da Terra

Publicações e Obras

CHAVES, A. S.; SHELLARD, R. C. <b>Física para o Brasil: </b> Pensando o futuro. 1. ed. São Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 2005. v. 1. 243 p.
FAZZIO, A.; CHAVES, A. S.; MELO, C. P. de; ALMEIDA, R. M.; FARIA, R. M.; SHELLARD, R. C. <b>Ciência para um Brasil competitivo - o papel da Física </b>. 1. ed. Brasília: Fundação CAPES, 2007. 100 p.
SHELLARD R C. NO CERN. In: GARCIA, N. M. D. (org.). <b>Nós, professores brasileiros de Física do Ensino Médio, estivemos no CERN</b>. 1 ed. São Paulo: Livraria da Física, 2015, v. 1, p. 21-34.
SHELLARD, R. C.; GALVÃO, R. M. O. (org.). <b>Algumas razões para ser um cientista </b>. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora do CBPF, 2005. v. 1. 160 p.

Referências

VIDEIRA, A. A. P.; VIEIRA, C. P (ed.). <b>Ciência para o Brasil:</b> Ronald Cintra Shellard (1948- C569 2021). Rio de Janeiro: CBPF, 2022. 216 p.

Link Lattes

Mais Informações

SHELLARD, R C. <b>Grandes colaborações internacionais.</b> 50 anos - SBF, São Paulo, p. 134 - 138, 03 set. 2016.

Palavras-chaves

Português física experimental
Português física nuclear
Português partículas (física nuclear)

Foto Principal

Local de Nascimento

Nascimento

July 22, 1948

Falecimento

December 7, 2021

Frase

“A motivação mais importante está nos benefícios que advém da influência exercida pela ciência sobre os jovens, pela capacidade de incendiar-lhes a imaginação, de estimular sua curiosidade e o seu senso de amor-próprio”
“Para fazer ciência não se pode ser muito conformado, tem que ter esse espírito de ‘fuçar’ as coisas"
"Esse país precisa desesperadamente de ciência"

Breve Resumo

Grande físico brasileiro e divulgador da ciência, especialista em Física de altas energias, concentrou suas pesquisas nas características dos raios gama e raios cósmicos. Foi pesquisador titular e Diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.

Notas iniciais

<b>Nota de agradecimento:</b> A Equipe Canal Ciência/IBICT agradece imensamente as inestimáveis colaborações de Cássio Leite Vieira, jornalista e amigo, que nos concedeu relato escrito e áudio sobre Shellard; Márcio Portes de Albuquerque, atual diretor do CBPF, que nos concedeu fontes inestimáveis de informações sobre Shellard; e de Maria Elisa Shellard, esposa, que gentilmente nos encaminhou o contato de Cássio e nos forneceu as lindas imagens que ilustram esta biografia.
Grande parte deste texto foi baseada no capítulo compilado por Cássio com notas biográficas sobre Ronald (VIDEIRA e VIEIRA, 2022), onde o jornalista ressaltou pontos de vista memorial, imaterial, pessoal, de passagens cotidianas, no ambiente de trabalho, em conversas formais e informais, em passeios, em visitas, almejando duas metas: “[...] i) explicitar passagens factuais da carreira de Shellard; ii) preencher sem-número de lacunas e omissões sobre a vida dele com o amálgama de minhas impressões [...]”.

Biografia

Segundo Márcio Portes de Albuquerque (VIDEIRA e VIEIRA, 2022):

<cite>[...] O Brasil teve a honra de ver nascer aqui Ronald Cintra Shellard, um amigo, mestre e profissional que marcou muitas vidas e fez história por onde esteve, com sua personalidade e suas características particulares. Difícil encontrar alguém que o tenha conhecido e que não tenha, ao menos, duas ou três histórias para contar – o que, logo, nos faz perceber que não se ficava indiferente à pessoa dele [...] Mas é impossível falar do Shellard sem passar pela história da física de altas energias, por suas incursões nas diversas esferas da política, academia, pesquisa e dos relacionamentos humanos, olho no olho. [...]
</cite>
Ronald, filho primogênito, nasceu em 22 de julho de 1948, em família de classe média-alta, residentes à época em Pinheiros, SP. Ele, bem como o irmão Philip, receberam nomes ingleses e foram registrados no Consulado Britânico. Suas irmãs Eleonora (publicitária), recebeu o nome em homenagem a avó materna; enquanto Dora (historiadora) recebeu o mesmo nome de sua mãe. Por opção dos pais, as crianças estudaram em escolas confessionais, os meninos estudaram no Colégio Santo Américo, sob a coordenação de padres, enquanto as meninas ingressaram no Colégio Rainha da Paz, administrado por freiras. O jornalista Cássio Leite Vieira, em capítulo escrito no livro de homenagem a Shellard, lembrou que o ano de nascimento de Ronald foi marcante à física experimental brasileira, pela participação de César Lattes com o norte-americano Eugene Gardner, na produção pioneira do méson pi (ou píons)¹, no acelerador de partículas em Berkeley/EUA (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Ronald era curioso sobre suas origens e mantinha anotações como hábito. A árvore genealógica familiar remonta à Inglaterra e Irlanda do século 19. O avô materno inglês descendia de irlandeses, era contador e filho de pintor artístico. A avó materna, Dayse Gertrude von Söhsten, tinha familiares que parecem ter trabalhado na Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (poderoso empreendimento comercial do século 17), porque há registros dos von Söhsten em Colombo (Sri Lanka) e grupo grande deles em Pernambuco, invadido pelos holandeses naquele século (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
O pai, Charles James Shellard, atuou na Light (multinacional de eletricidade), depois na Thompson (multinacional de publicidade) e na década de 1970, no Consulado Americano, onde se aposentou. A mãe, Dora da Silveira Cintra Shellard (nascida em Paris), pertencia à família tradicional paulista (“quatrocentões”), composta por cafeicultores da região de Ribeirão Preto (SP). Teve educação refinada, europeia, falava francês, um pouco de alemão e aperfeiçoou o inglês com o marido, idioma com o qual se comunicavam, embora falassem português com os filhos. Ronald relatava que a família Cintra inclui Cintra do Prado e Silveira Cintra, e ao falar sobre Joaquim Pinto de Araújo Cintra, que recebeu de D. Pedro II o título de 3º Barão de Campinas, brincava, exigindo ser chamado ‘barão Shellard’ (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
O relacionamento familiar era harmonioso, embora citasse mais a mãe (falecida em 2011) que o pai (falecido em 1990). Ronald relatou que desde pequeno brincava de experimentos e foguetes, demonstrando desde cedo interesse pelas ciências exatas. Foi bom aluno no ensino médio, isso repercutiu positivamente junto aos colegas, inclusive pelos diálogos provocadores que mantinha com os padres. Não foi influenciado pela rebeldia hippie da década de 1960, marcada pelos protestos estudantis de maio de 68, o psicodelismo e o lema ‘drogas, álcool e rock’n roll’, apreciava as duas últimas opções e ouviu rock sem fanatismo, durante a graduação. Viveu como jovem típico paulistano de classe média alta: aventuras, com limite; brincadeiras, como o clube fundado com colegas, em cujo estatuto constava a prática de uma maldade por dia. Quando adulto, ouvia em volume alto música caipira tradicional (não eletrificada) e parece que se mantinha distante da formação religiosa, sem manifestação de crença, dando impressão que seria mais agnóstico que ateu (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Ainda, comentaram que Ronald demonstrou interesse, pouco expresso, por filosofia, tendo aulas na casa do filósofo e professor de origem tcheca Vilém Flusser. Em 1966, prestou vestibular para Física e cursou concomitantemente 1 a 2 anos das duas graduações, mas por fim, graduou-se bacharel em física em 1970, pelo Instituto de Física da USP.
Na sequência imediata à graduação cursou, como bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o mestrado no Instituto de Física Teórica (IFT), atualmente atrelado à Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde defendeu, em 1973, a dissertação “Amplitude de decaimento eletromagnético no modelo a quarks simétrico”, orientada pelo Prof. Paulo Leal Ferreira. Em férias na Bahia, Ronald conheceu em trabalho a Assistente Social Lenita Nicoletti - atualmente funcionária aposentada do Ministério da Saúde – e, apesar da impressão inicial de antipático para ela, opinião desfeita quando do reencontro de ambos em São Paulo, acabaram se casando no civil e foram morar no bairro de Pinheiros em São Paulo (SP). Como fruto do casamento, nasceu em 1972, a primogênita deles, Sofia Nicoletti Shellard.
Após finalizar o mestrado, foi aceito para cursar o doutorado em Física na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara (Los Angeles/EUA), como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Assim, ao completar nove meses Sofia foi com os pais para Los Angeles (EUA), onde moraram numa residência para pós-graduandos da Universidade da Califórnia.
Ronald cursou disciplinas em Santa Bárbara, mas estava insatisfeito com o nível do ensino e interação deficitária com os professores. Em 1974, Lenita decidiu realizar o mestrado no campus de Los Angeles, pois em Santa Bárbara não havia pós-graduação na área de saúde pública (sua área de estudos). Assim, Ronald usou a ‘desculpa’ do curso da esposa para se transferir para Los Angeles, onde defendeu sua tese, em 1978: “Quebra dinâmica de simetria em nível de dois laços e além” e publicou artigo na Physical Review D (v. 18, p. 1.216, 1978) - sob orientação do Prof. Michael Cornwall. Anteriormente à referida defesa, ainda nos EUA, havia terminado o casamento com Lenita, que retornou ao Brasil com Sofia, à época com cinco anos. (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Ainda, uma curiosidade que Cássio escutou de Ronald foi que, horas antes da defesa, para relaxar, ele lera uma revisão sobre neutrinos (tema que não constava na sua tese). Estava na banca de defesa o físico japonês Jun John Sakurai, que para testar os conhecimentos do postulante, decidiu questioná-lo sobre neutrinos. Ronald considerava essa uma das felizes coincidências de sua carreira.
Outro fato pitoresco desse período foi o constatado no depoimento do físico vietnamita P. Q. Hung, contemporâneo de Ronald no doutorado e atualmente Prof. da Universidade da Virgínia (EUA): o qual relatou que sua turma ficou impressionada com o conhecimento de Ronald no seminário apresentado sobre as implicações da descoberta recente da partícula J/psi, relacionada à ‘Revolução de Novembro’ (1974), que comprovou a existência de mais um tipo de quark – o charm. A partir de então, seriam conhecidos quatro quarks²: up, down, strange e charm, e posteriormente, detectados outros dois, top e bottom (MOREIRA, 2022).
No período do doutorado nos EUA, conheceu e constituiu nova vida conjugal com Vera Lúcia Oliveira de Araújo. Ronald retornou ao Brasil em 1978, após a defesa da tese, vinculando-se ao IFT, inicialmente como Prof. Visitante. Conseguiu passar a assistente no mesmo ano, orientando a tese de Adriano Natale “Quebras de simetrias em teorias de gauge” e a dissertação de Sérgio Ferraz Novaes “Produção do bóson de Higgs em colisões próton-antipróton via fusão de quarks e glúons”, defendidas em março e abril de 1982, respectivamente. Em 1979, tornou-se pesquisador do CNPq, onde terminou a carreira no nível 1A. Nesse ínterim, nasceram outros dois filhos, Alexia Helena de Araújo Shellard, em 1981 em SP; e Carlos Andreas de Araújo Shellard em 1983, no Rio de Janeiro (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Durante a década 1980, época de transição política brasileira ao regime democrático e histórico acordo entre Fermilab e CERN, ocorreram impactos positivos aos pesquisadores brasileiros. Os referidos autores registraram que nesse período o Brasil participou de projetos experimentais em física de altas energias realizados em grandes laboratórios, como o Acelerador do Laboratório Fermi (Fermilab), perto de Chicago/EUA e o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN), em Genebra/Suíça. Foram feitas descobertas importantes, como o quark top, Z0 e bóson de Higgs, e mais um sem-número de novas partículas. Esses projetos representaram uma continuidade das pesquisas em raios cósmicos desenvolvidas na década de 1940, pelo físico César Lattes, que foi pioneiro na área.
Em abril/junho e setembro de1982, Ronald visitou o CERN³ onde manteve contato com físicos pesquisadores de fenômenos (MOREIRA, 2022). Na segunda viagem frequentou a Escola Les Houches de Física da Universidade de Grenoble-Alpes (França). Retornou ao CERN em março de 1988, permanecendo ali por quase dois anos. Apesar de teórico, o experimento Delphi transformaria sua percepção, sendo “contaminado pelo espírito do CERN”, nas palavras do colega português Mário Pimenta (MOREIRA, 2022).
Devido à transição da política brasileira ao regime democrático, na década de 1980, ocorreu uma redução de investimentos das agências de fomento em atividades científicas, o que colocou em risco a continuidade da colaboração com o Fermilab, comprometendo a presença dos cientistas brasileiros. Diante da situação e demonstrando forte interesse em ampliar as colaborações internacionais de seu laboratório (talvez, preocupado com a expansão de seu ‘concorrente’ europeu, o CERN), o diretor do Fermilab, físico norte-americano e ganhador do Prêmio Novel de Física de 1988, Leon Lederman, decidiu apoiar financeiramente quatro físicos brasileiros - Alberto Santoro, Ismael Escobar, Moacyr Henrique Gomes e Souza e João Carlos dos Anjos. Esse momento foi importante para o processo de consolidação da participação brasileira em experimentos na área de altas energias na física experimental (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Neste processo, Ronald migrou de teórico de partículas à área experimental de altas energias e solicitou apoio do CNPq para retornar ao CERN. Ao final do período de dois anos no laboratório europeu, defendeu a necessidade de firmar colaboração com o CERN e não apenas com o Fermilab, ao então presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Herch Moysés Nussenzveig, negociações essas, mediadas pelo físico português Mário Pimenta, com quem Ronald colaborou durante anos (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Nas décadas de 1980 e 1990, ocorreu a ampliação da participação de físicos brasileiros no Fermilab e no CERN, os quais continuaram participando de descobertas importantes, como o quark top e os bárions charmosos. A partir das pesquisas e colaborações transnacionais com raios cósmicos (chuveiros penetrantes, méson pi, eventos exóticos etc.), eles participaram de missões marcantes e de pesquisas de ponta a um baixo investimento, tais como: balões, detectores de coincidência, emulsões nucleares, dentre outras. Seguiram-se outras colaborações, como o CTA (sigla, em inglês, para Rede de Telescópios Cherenkov; estudo de radiação gama) e SWGO (sigla, em inglês, para Observatório Austral de Campo Amplo para Radiação Gama; fusão de projeto idealizado por brasileiros, portugueses e italianos, com experimento alemão e norte-americano).
O Brasil, no fim da década de 1990, começou a prover esses experimentos com hardware especializado, mantendo, atualmente, representantes nos quatro grandes experimentos do CERN e no Fermilab, sobre partículas com quarks strange e charm (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Apesar de bastante atuante na academia, Ronald também valorizava a mídia e divulgação científica, tendo apoiado o projeto Ciência Hoje, criado em 1982, na Secretaria Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC-RJ). Foi membro do corpo editorial da revista Ciência Hoje (1994-2000), das comissões editoriais dos Anais da ABC (2018-2021) e do Brazilian Journal of Physics (2008-2011) (MOREIRA, 2022). Em 1983/84, escreveu cinco textos de divulgação científica sobre física de altas energias, na recém-criada revista Ciência Hoje.
Em 1983, Ronald se transferiu do IFT e permaneceu até 1987 no Departamento de Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), contratado como Prof. Assistente, possivelmente por ter uma companheira carioca. Ministrou, no curso básico de Física, as disciplinas Física I e II, Mecânica Geral I e II. Presidiu a Associação de Docentes da PUC-Rio e coordenou a graduação em Física no período de 1984 a 1985. Lá também ofereceu o primeiro curso de Introdução à Física de Partículas, após retornar de dois anos no CERN (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Promoveu, em agosto de 1983, a Colaboração Pan-americana em Física Experimental, que ajudou a impulsionar a área no Brasil. Até 1993, participou de comitês e organizações de eventos, pela sua convicção de que a atuação política é estratégica à ciência.
Com o intuito de ampliar as pesquisas do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF)⁴, o pesquisador e professor, físico Jayme Tiomno, foi o grande interlocutor brasileiro na colaboração entre o Brasil e o Fermilab e esta articulação possibilitou o intercâmbio de Ronald junto ao CERN, e seu ingresso no CBPF, numa época em que não havia concursos no formato atual, apenas uma banca para seleção de currículos. Ronald iniciou a carreira no CBPF em 1994, como Pesquisador Titular, e assumiu a diretoria no ano seguinte. Trabalhou, concomitantemente, no CBPF e no Departamento de Física da PUC-Rio, onde permaneceu até 2010. Deixou a instituição por pressões da reitoria, seja por causa da crise financeira gerada pela ida de vários professores para o Instituto de Física da UFRJ, ou para passar a se dedicar exclusivamente ao CBPF e optar por um dos dois cargos (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
No CBPF, Ronald se integrou ao experimento internacional sobre raios cósmicos, coordenado pelo Observatório Pierre Auger, que se instalou nos pampas argentinos, devido à demanda de área plana e proximidade com a indústria brasileira para fabricação de cerca de 1,5 mil tanques com grandes volumes de água pura, cerne do experimento. O Auger se tornou prioridade para Ronald, que foi divulgador dessa iniciativa, por exemplo, em uma extensa reportagem na revista Superinteressante.
Em duas cartas depositadas no Arquivo de História da Ciência do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST - RJ), Tiomno se autodenomina o responsável pela conversão de Ronald à física experimental e foi quem recomendou a Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho (Chefe de Departamento de Física da PUC-Rio), a ida de Ronald ao CERN. Em outra carta ao setor administrativo do CERN, Shellard foi apresentado como “competente em física experimental voltada para fenomenologia e simulação numérica de teorias de campo ...”, destacando sua capacidade “para organizar escolas e workshops”. Para o físico português Mário Pimenta, Ronald chegou ao CERN como teórico e saiu transformado em experimental.
No território brasileiro, exerceu liderança nas áreas de Física Experimental de Altas Energias e Física das Astropartículas, em pesquisas com raios gama e cósmicos, partículas com alta concentração energética. Colaborou internacionalmente com centros de pesquisa avançada como o Observatório Pierre Auger (Argentina); Cherenkov Telescope Array (CTA; Cerro Paranal – Deserto do Atacama no Chile); Southern Wide Field Gamma-Ray Observatory – SWGO (CBPF foi cofundador do projeto; que será instalado nos Andes na América do Sul).
Foi Secretário Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) no Rio de Janeiro entre 1996 a 1998 e, nesse ínterim, lançou o programa “SBPC vai à Escola" (sugerido e coordenado pelo cientista José Leite Lopes). Este programa existe até hoje e foi expandido a todo o território brasileiro, apoiado pelas agências de fomento do MCTI e, mais recentemente, por emendas parlamentares. Conforme relatado pela secretária-geral do SBPC, Cláudia Linhares, o programa tem excepcional valia, sendo um canal direto entre pesquisadores, acadêmicos, estudantes e professores da educação básica, em aprendizado mútuo (MOREIRA, 2022).
Shellard se tornou membro titular da Academia Brasileira de Ciências em 2017 e possuía associações com a SBF, SBPC, Sociedade Americana de Física (APS), Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) e com o órgão internacional Instituto de Física (IOP), a Astroparticle Physics Forum (APIF). Também foi membro Titular do Conselho Diretor do Centro Latino-Americano de Física (CLAF).
Contribuiu e influenciou na formação da comunidade de pesquisadores na área de Física de Altas Energias, com 418 publicações, dentre artigos, livros publicados/organizados, capítulos de livros, bem como, como 41 orientações, desde Iniciação Científica, dissertações de mestrado, teses de doutorado e supervisões de pós-doutorado, atestando seu compromisso permanente com a formação de novos cientistas e com a divulgação e popularização da ciência no Brasil e no exterior. Suas publicações somavam mais de 18.400 citações até 17 de setembro de 2021 (RONALD, 2022).
Moreira (2022) destacou alguns marcos na produção de Ronald, como a organização de dois livros dedicados ao diagnóstico da Física brasileira e desenvolvimento potencial, o primeiro publicado em 2005 pela SBF em parceria com Alaor Chaves; o segundo publicado em 2007, financiado pela Capes. Foi coeditor com Ricardo Galvão da edição brasileira do livro “Algumas razões para ser um cientista”, no Ano Mundial da Física (2005).
Moreira reportou, ainda, que Ronald apoiou a iniciativa do intercâmbio de docentes brasileiros de Física que atuavam no Ensino Médio junto ao CERN, registrando em capítulo de livro organizado por Nilson Garcia (2015) a experiência destes professores. Em maio de 2020, foi publicado no YouTube o vídeo “Are We Made of Star Stuff?” (Somos feitos de matéria das estrelas?), com a participação de Ronald falando sobre a importância do estudo dos raios cósmicos e mostrando equipamentos e construções do projeto Auger na Argentina.
No âmbito da representação institucional, entre 2011 e 2014, exerceu a presidência do Conselho Técnico-Científico (CTC) da Rede Nacional de Física de Altas Energias (RENAFAE), foi membro do CTC de outras Unidades de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e integrou o conselho da International Union for Pure and Applied Physics (IUPAP).
Diferentemente de cientistas de sua geração, Ronald reconhecia a importância da mídia para a ciência e relacionava-se bem com jornalistas [Folha de S. Paulo; O Globo; Jornal da Ciência; Ciência Hoje; Pesquisa Fapesp (oito entrevistas sobre raios cósmicos)]. Assim, ao organizar a Conferência Internacional de Raios Cósmicos (ICCR), no Rio de Janeiro em 2013, promoveu algumas alterações que se tornaram permanentes, como planejamento e ações prévias da assessoria de imprensa, participação do Núcleo de Comunicação Social do CBPF, expansão da relação com mídias sociais, montagem de estúdio de mídia para a realização de vídeos – o EMC2 (Estúdio de Mídia para Comunicação de Ciência), aproveitando dois ‘ganchos’ de interesse midiático: i) natureza da matéria escura, a qual compõe 25% da massa do universo); ii) a sonda Voyager I que seria pioneira ao romper a fronteira do Sistema Solar. A 1ª notícia não repercutiu, enquanto a 2ª teve ampla repercussão. Interessante que “O Grafite da Ciência”, na face externa do muro do CBPF, foi uma iniciativa artística idealizada, realizada e inaugurada na presença de autoridades, formadores de opinião, cientistas, jornalistas, por Ronald, enquanto Diretor, e teve efeito nas mídias nacional e internacional (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Moreira (2022), reportou ainda que o Espaço Ciência e Sociedade, localizado no 4º andar do CBPF, foi inaugurado em 2018 por Ronald, com a exposição “Vida e Arte: 100 anos de Leite Lopes”, que homenageou o centenário de nascimento desse cientista e um dos criadores do CBPF. No CBPF, Shellard apoiou a publicação de livros de divulgação científica, quais sejam: biografia de Lattes; cartas de um pioneiro brasileiro da física e ex-diretor científico do CBPF, Guido Beck; livro sobre física de partículas do pesquisador Alberto Reis (CBPF); biografia da pesquisadora emérita do CBPF, Anna Maria Freire Endler; além da coletânea: História da Física; folder sobre a entrada do Brasil no CERN; textos de pesquisadores do CBPF publicados no ‘Ilustríssima’ (Folha de S. Paulo). Antes de falecer, havia concordado em publicar a biografia de Guido Beck e do matemático português António Monteiro, pioneiro no CBPF. Todas essas publicações em formatos digitais são distribuídas gratuitamente (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Numa passagem pessoal, Cássio Vieira reportou que Maria Elisa, que atuou na Revista Ciência Hoje por 20 anos, notou Ronald quando ele manteve uma conversa com o físico Ennio Candotti (então diretor da Ciência Hoje; atual diretor do Museu da Amazônia - MUSA). Em determinado momento Elisa pegou Cássio pelo braço e o conduziu à frente da sede da revista, a Casa Rosa (antigo laboratório de pesquisas de física nuclear e radioatividade do CBPF, no campus da Praia Vermelha da UFRJ), quando apontou para àquele homem e comentou “Eu vou me casar com ele”... quando o jornalista perguntou “Ele sabe disso?”... Ela respondeu sorrindo: “Ainda não!”
Ronald permaneceu 25 anos casado com Elisa e integrou à família dois enteados, Tiago Santos de Mello e João Cândido Santos de Mello Leitão. Também foi dono de um sem-número de ‘filhos’ caninos labradores, do papagaio ‘bicador e mal-humorado’ Joca, obediente à Elisa, e da tartaruga Margarida. O casal permaneceu na cidade do Rio de Janeiro, moraram em vários lugares, num apartamento na Lagoa; depois numa casa no Horto e finalmente, em ampla casa na Urca, juntamente com os pais de Elisa, o médico Hélio de Andrade Santos e Margarida da Costa Santos, ambos já falecidos. Ronald e Elisa eram ótimos anfitriões.
Na casa da Urca, o quarto de trabalho de Ronald abrigava uma vasta biblioteca sobre física, divulgação científica e literatura. Por exemplo, no casamento da filha Alexia foi lida uma parte do poema Wasteland, de T. S. Eliot. Entre outras revistas e periódicos, assinava a The Economist (consta seção de ciência de alta qualidade) e o The New York Review of Books (publicações sobre cultura da atualidade). Ultimamente aderiu às versões eletrônicas, pelo possível limite de espaço. No térreo, com acesso pela lavanderia, está o estúdio de artes de Elisa, onde fazia seus desenhos, colagens e aquarelas. O cão Zeca (60 kg; com pelagem parecida a ‘urso simpático’) com passe livre, chegava a dividir a cama com o casal em algumas noites. O papagaio Joca, já falecido, na gaiola, fazia resenhas diversas. Cecília Beatriz (medrosa), sempre que possível, procurava o colo de Elisa. Margarida, gostava de ficar no jardim (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Em expressões representativas de seus pares, encontram-se as seguintes percepções pessoais sobre Ronald (WEBINÁRIO, 2022):
- <b>“o Acadêmico”</b> (Luiz Davidovich – Prof. Titular da UFRJ; Presidente da ABC até 2022 e Secretário Geral da TWAS na gestão 2019-2023);
- <b>“o Físico”</b>(Carlos Escobar - Prof. Titular da Unicamp; atuou no Observatório Pierre Auger e no Fermilab; membro titular da ABC);
- <b>“o Gestor”</b> (Márcio Portes de Albuquerque; Vice-diretor e Coordenador de Ações Institucionais do CBPF/MCTI; Coordena o Setor de Engenharia de Operações da Rede-Rio de Computadores Faperj e o Projeto Redecomep - Rio da RNP/Faperj);
- <b>“o Divulgador”</b> (Ildeu de Castro Moreira – Prof. Instituto de Física da UFRJ; Atua no Programa de Pós-Graduação em História das Ciências, Ensino de Física e História da Física e no mestrado em Divulgação Científica da Fiocruz/UFRJ/MAST/JBRJ; ex-Diretor Depto.de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia; Presidente de Honra da SBPC);
- <b>“o Mentor”</b> (Ulisses Barres de Almeida – Pesquisador associado do CBPF e membro afiliado da ABC; Vice-spokesperson do SWGO; conselheiro CTA);
- <b>“o Amigo”</b> (Eduardo Barreto – Conheceu Shellard no Colégio Santo Américo (SP), aos seis anos de idade).
O jornalista Cássio Vieira destacou o bom humor de Ronald, como prática diária e inteligência, às vezes rindo de si mesmo. Quando, aos 65 anos, ganhou mais barriga e Elisa passou a doar as roupas dele ao jornalista, este relatou que ficou com o guarda-roupa cheio da ‘grife Shellard’. Ronald comentava “Você tem bom gosto para se vestir”, ao encontrá-lo com uma de suas camisas, ou brincava com os colegas “Acho que minha mulher está me engordando só para dar as roupas para o ‘Ricardão’ dela”. O adjetivo pegou, e Elisa engatou na brincadeira. Cássio respondia que a ‘função’ era exercida “com carteira assinada, férias, fundo de garantia e 13º salário, como exigia o sindicato da categoria” (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Ronald trabalhava intensamente, tinha hábito de dormir e acordar cedo, trabalhava das 4h00 às 6h00, dormia uma soneca de meia-hora e às 7h00 passeava com os cachorros pela Urca, onde encontrava frequentemente Cássio com Elvira-Lata. Conversavam sobre trabalho, planos, notícias do dia ou amenidades, como a decisão do CBPF de se posicionar em carta aberta ao assassinato de Mariele Franco. As atividades de gestão como diretor do CBPF tomavam parte considerável da agenda. É preciso ter paciência de Jó” ... “Ele adorava ser gestor. Ele adorava o que fazia”... “Nunca o vi ser deselegante com ninguém – quanto mais humilde, maior o respeito”... Lidava bem com problemas, reportou Cássio.
Apreciava viagens e sua bagagem era prática, com mala pequena e mochila, com notebook e apetrechos, incluídas as canetinhas coloridas que colecionava e acondicionava em copo de cerâmica feito por Elisa, e que afastava de Cássio quando se sentava à mesa dele, porque dizia que as queria ‘furtar’ (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Ronald não fazia nem gostava de lidar com dramas profissionais e familiares. Era muito direto em suas críticas, dando impressão de empáfia ou questões pessoais, por exemplo, pelas análises incisivas às edições da revista Ciência Hoje. Cássio comentou que Ronald tinha certa vaidade, não era consenso e recebia críticas, ressaltando comentário de Ronald “Desconfie de pessoas sem inimigos” e sua impressão dele “Pode criticá-lo o quanto você quiser que ele não guardará rancores”... Na vida profissional cotidiana dava impressão de que conhecia a lição ensinada pela física experimental de altas energias: cada um põe um tijolo. Penso que sabia que os tempos em que um só cientista construía ‘catedrais’ haviam ficado no passado, comentou Cássio.
Cássio destacou que Ronald tinha afinidade com crianças, uma das filhas o apelidava de “líder estudantil da garotada”. Reunia grupos para aventuras a pé ou motorizadas, alugando uma Kombi para as crianças e familiares. Bancou o ‘pai herói’ salvando a boneca da filha Alexia que havia caído no rio, como juntou para o filho Carlos o mundo “das ideias e ações” tipo Indiana Jones (intelectual e aventureiro), despertando o gosto por história desse filho com 10 anos a partir dos ‘questionários’ que preparava para distraí-lo nas viagens longas de carro. Algumas crianças o chamavam de Ronnie, outros de Ronald; para Cássio sempre foi Shellard, que inconscientemente pensou em enviar o capítulo para ele checar as informações (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
Nos últimos anos negligenciou a saúde, aumentando peso e tendo dificuldade para caminhar, até contratou por curto período treinadora pessoal para realizar alongamentos. Se ‘autopropôs’ uma dieta que não funcionou, com meta de perder 150 gramas por semana. Admitia que o ‘treinamento’ era a caminhada matinal com Zeca. Para reduzir as tensões administrativas no CBPF, optou “tomar uma talagada de uísque” na chegada em casa.
Adoecido, avisou apenas para quatro pessoas, dentre essas Cássio Vieira, que comentou “Fiquei triste e preocupado, mas, no momento, não imaginei o desfecho”. Elisa criou um grupo familiar de WhatsApp para atualizações sobre a situação de saúde. Mas Ronald minimizava os problemas e foi convidado a sair do grupo, assinando na mensagem “Shellard Poliana”. Durante um ano da doença, Cássio registrou que uma única vez ouviu de Ronald que se sentia debilitado após as sessões de quimioterapia. A resposta padrão era “Está tudo bem”. “Elisa o obrigava a ir para a casa da família em Petrópolis, para afastá-lo do trabalho. Não adiantava. Às vezes, ele me ligava e ficávamos por horas conversando, madrugada adentro, comentou Cássio.
Na fase terminal Ronald disse a Elisa: “Tive uma vida ótima; sempre fiz o que quis; tive filhos ótimos; e uma mulher ótima; fui feliz”. O cientista Ronald Cintra Shellard faleceu no dia 07 de dezembro de 2021, sendo a cerimônia fúnebre no Crematório Memorial do Carmo, no bairro do Caju, no Rio de Janeiro (VIDEIRA e VIEIRA, 2022). Cássio registrou em um portal:
<cite>Podia dizer muitas coisas boas sobre esse amigo de longa data. Apaixonado pela física experimental; batalhador incansável pela ciência no Brasil; ótimo chefe; paciente; educado; fiel; engraçado; justo; culto; protetor dos mais humildes; amante dos animais (principalmente, dos cachorros); ótimo pai; ótimo marido; ótimo avô... Mas a maior homenagem que posso fazer a ele neste momento é dizer que ele foi uma das pessoas mais generosas que conheci na vida. Generosidade é matéria raríssima. Mas ele a tinha a qualquer momento, sempre em excesso. Ele me ajudou muito, e eu nunca vou me esquecer disso. Para mim, ele foi o que mais alto podemos almejar na vida: ser uma boa pessoa. O restante são detalhes. Vou sentir sua falta, amigo.”</cite>

Notas finais

<b>Notas de rodapé</b>

¹ A detecção dessa partícula, que age como uma ‘cola’ para prótons e nêutrons no núcleo atômico, teve desdobramentos políticos de suma importância para o estabelecimento da chamada Era dos aceleradores nos EUA. Há autores que veem nessa produção o começo da física de partículas. Quanto à importância científica, basta citar a manchete de grande jornal norte-americano: “Raios cósmicos produzidos pelo homem (VIDEIRA e VIEIRA, 2022, p. 55).
² Quarks (sabores): denominação de seis partículas subatômicas (comprovadas por Taylor, Kendall e Friedman, que ganharam o Prêmio Nobel de Física de 1990) da composição dos prótons e nêutrons, cada um dotado de um “número quântico” que define sua carga elétrica.
³ Período em que o CERN estava construindo o <i>largest electron-positron accelerator</i> [LEP: maior acelerador elétron-pósitron; 27 km de circunferência]. A partir de 2000 tornou-se Large Hadrons Collider [LHC: Grande Colisor de Hádrons], o maior acelerador de partículas do mundo. A descoberta em 1983 dos bósons W e Z0, partículas ‘carregadoras’ da denominada ‘força fraca nuclear’, deram o prêmio Nobel de Física de 1984 ao italiano Carlo Rubbia e ao holandês Simon van der Meer, ressaltando que o físico brasileiro José Leite Lopes foi um dos percussores teóricos do Z0 (VIDEIRA e VIEIRA, 2022).
⁴ CBPF: idealizado pelo físico César Lattes, foi fundado em 1949, no Rio de Janeiro - RJ, atualmente vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Referência internacional em pesquisa e pós-graduação em física teórica e experimental no Brasil. Mantém colaborações científicas com o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN – Suíça); Laboratório Fermi (Fermilab – EUA); Observatório Pierre Auger (Argentina), estreitando vínculos entre a indústria e a academia. O Programa de pós-graduação pioneiro (1ª dissertação defendida em 1965), está classificado como nota 7 (nível internacional), pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Segundo o ranking SCImago de 2015, destaca-se entre as instituições científicas brasileiras, a que mais publica trabalhos de excelência. No CBPF foram concebidos o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC - Petrópolis/RJ) e o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS - Campinas/SP) (SOBRE o CBPF, 2020).

Prêmios e condecorações

<strong>Reconhecimentos acadêmicos</strong>

2017 - Membro Titular ABC
1973 - Membro SBPC

<strong>Representações Institucionais</strong>

Membro do Conselho Técnico Científico (CTC e de outras Unidades de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI))
Membro Titular do Conselho Diretor do Centro Latino-americano de Física (CLAF)

2019 - Um dos fundadores do Southern Vide Field Gamma-Ray Observatory (SWGO)
2017 - Membro do Conselho do Instituto de Estudos Avançados UNICAMP
2015/2021 - Associado à Astroparticle Physics Forum (APIF)
2015/2021 - Diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF)
2014 - Membro do Astroparticle Physics International Forum (OECD)
2012/2014 - Presidente do Conselho do Observatório Pierre Auger
2012/2014 - Presidente do Conselho Técnico-Científico (CTC); da Rede Nacional de Física; de Altas Energias (RENAFAE)
2011/2014 - Conselheiro da International Union for Pure and Applied Physics (IUPAP)
2011/2014 - Membro da Comissão C4 (Comission on Cosmic Rays) período
2011/2013 - Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Física, biênio
2009/2011 - Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Física, biênio
1996/1998 - Secretário regional da SBPC no Rio de Janeiro

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Date Issued

October 20, 2023

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Shellard Ronald e Elisa, última viagem Ronald e Zeca Roni e Zeca, seu fiel escudeiro Ronald em família Shellard no Congresso Nacional SEM DESCRIÇÃO Ronald Shellard em pronunciamento para Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), audiência pública interativa para tratar sobre a necessidade urgente de recomposição das carreiras públicas de ciência e tecnologia, e seus orçamentos Professor Pham Quang Hung (direita), Professor Ronald Shellard (esquerda) e Professor Tran Thanh Van (centro) na cerimônia de assinatura de convênio em pesquisa e intercâmbio científico entre o Centro Internacional de Ciência e Educação Interdisciplinar (ICISE - na cidade de Quy Nhon, Binh Dinh - Vietnam) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) Depoimento Cecilia - Shellard Youtube A Ciência que eu Faço - Ronald Cintra Shellard Dia do Físico - Entrevista com o prof. Ronald Cintra Shellard (CBPF) Shellard - mensagem ao CBPF Depoimento dado pela Cecília Leite sobre Ronald Cintra Shellard. Compõe o conjunto de materiais compilados durante a produção da biografia de Shellard para a galeria dos Notáveis.Depoimento Cecília Leite sobre Shellard Entrevista sobre Ronald Shellard, concedida por Cássio Leite Vieira, em abril/2023.A energia de Shellard - Parte 1 Entrevista sobre Ronald Shellard, concedida por Cássio Leite Vieira, em abril/2023.A energia de Shellard - Parte 2 Entrevista sobre Ronald Shellard, concedida por Cássio Leite Vieira, em abril/2023.A energia de Shellard - Parte 3 Shellard - mensagem ao CBPF

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