Eurico de Oliveira Santos

Item

Nome Completo

Eurico de Oliveira Santos

Sobrenome

Santos

Nome

Eurico

Profissão

Agrônomo

Áreas do Conhecimento

Ciências Agrárias

Publicações e Obras

SANTOS, E. O. Nossas Fruteiras. 3ª ed. São Paulo: Editora Chácaras e Quintais, 1956[1932], 32 p.

SANTOS, E. O. Vida dos Campos. Vol. I. Rio de Janeiro: Editora Moderna, 1931, 192 p.

SANTOS, E. O. Vida dos Campos. Vol. II. Rio de Janeiro: Editora Moderna, 1932, 180 p.

SANTOS, E. O. O que Todos os Criadores Devem Saber. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Editora Técnica Ltda., 1946[1934], 174 p.

SANTOS, E. O. Da Ema ao Beija-Flor (Vida e Costumes das Aves no Brasil). 3ª ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1979[1938], 396 p.

SANTOS, E. O. Pássaros do Brasil (Vida e Costumes). 4ª ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1979[1940], 312 p.

SANTOS, E. O. Anfíbios e Répteis do Brasil (Vida e Costumes). 3ª ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1981[1942], 263 p.

SANTOS, E. O. O Cão Através da História e da Arte. Rio de Janeiro: Editora Século XX, 1942, 164 p.

SANTOS, E. O. As Cobras Venenosas – Como conhecê-las e evitá-las. São Paulo: Editora Chácaras e Quintais, 1943, 109 p.

SANTOS, E. O. História das Aves do Brasil. 2 vol. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1983[1944], 223 p.

SANTOS, E. O. Entre o Gambá e o Macaco (Vida e Costumes dos Mamíferos do Brasil). 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1984[1945], 287 p.

SANTOS, E. O. Formigas, Rans e Outros Animais. Rio de Janeiro: Editora O Campo, 1946, 203 p.

SANTOS, E. O. Nossos Peixes Marinhos (Vida e Costumes dos Peixes do Brasil). Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1982[1952, 265 p.

SANTOS, E. O. Os Insetos. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1985, 243 p.

SANTOS, E. O. Miscelânea Zoológica. Belo Horizote: Editora Itatiaia, 1987, 118 p.

Referências

FIORAVANTI, C. Prazer em descrever. Pesquisa Fapesp, São Paulo, edição 229, mar. 2015. Memória, pp. 88-89. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/prazer-em-descrever/. Acesso em: 29 jun. 2022.

NOMURA, H. Eurico Santos (1883-1968) e a divulgação científica no Brasil. Sitientibus série Ciências Biológicas, Feira de Santana, v. 9, jan.-mar. 2009, pp. 71-85.

NOMURA, H. O grande divulgador Eurico Santos. Atualidades Ornitológicas, Ivaiporã, v. 123, 2005, pp. 4-5.

STRAUBE, F. C. Uma visão bio-bibliográfica de Eurico Santos: divulgador da natureza brasileira. Atualidades Ornitológicas, Ivaiporã, v. 148, mar.-abr. 2009, pp. 38-45.

Foto Principal

Local de Nascimento

Nascimento

June 28, 1883

Falecimento

February 24, 1968

Frase

“Os homens da ciência, que entre nós existem em quantidade apreciável e qualidade notável, não atinamos bem por quê, esquivam-se quase sempre de fazer divulgação”.

Breve Resumo

Reconhecido por suas iniciativas em divulgação científica, Eurico Santos escreveu inúmeros livros sobre espécies da fauna e flora brasileiras direcionados ao público não acadêmico.

Biografia

A extensa obra e significativa atuação de Eurico Santos evidenciam sua importância como divulgador da ciência brasileira, durante boa parte do século XX. É autor de mais de 50 livros sobre espécies de animais e plantas e tornou-se membro de diversas sociedades, associações e agremiações científicas e não-científicas, nacionais e internacionais. Foi contemporâneo de cientistas como: Carlos Chagas (1879-1934), Bertha Lutz (1894-1976) e Cândido de Mello Leitão (1886-1948), o que possibilitou-lhe familiarizar-se com as ideias, questionamentos e reflexões desses cientistas. Podemos dizer que Eurico Santos teceu uma ampla rede de sociabilidade com intelectuais e outras personalidades proeminentes de seu tempo. Também foi um grande defensor da conservação da natureza, transmitindo em sua obra toda a importância que acreditava residir na preservação do patrimônio natural brasileiro.
Santos iniciou suas atividades como articulista no início do século XX, quando a imprensa brasileira começou a se expandir, tomando dimensões empresariais, e ampliando o acesso da população à comunicação. Nesse contexto, Eurico trabalhou nos Diários Associados, uma cooperativa de imprensa que reunia rádio, televisão e mídia impressa, e cujo diretor era o empresário e jornalista Assis Chateaubriand (1892-1968). Mas, Eurico colaborou com outros jornais, a exemplo da Gazeta de Notícias, Imprensa e O Jornal. No último periódico, junto a um colega, criou a coluna chamada “Vida dos Campos”. A seção foi publicada no jornal por mais de 30 anos, e nela Santos escrevia sobre temas relacionados à agricultura, à agronomia e à domesticação de plantas e animais.
O estudioso acreditava na importância da divulgação do conhecimento científico para a sociedade ampla e chamava a sua atenção o fato de que havia muito material sobre espécies estrangeiras, mas quase nenhum sobre aquelas que habitavam seu país. Santos ostentava uma escrita fluida e fácil, habilidade essa adquirida através de sua experiência enquanto articulista e convivência com jornalistas profissionais. Escreveu sobre a fauna e flora brasileiras para o público leigo, contribuindo para a disseminação do conhecimento sobre nossas espécies. Em 1927, publicou o seu primeiro livro, “Manual do Amador de Cães”. Entre seus trabalhos que mais circularam estão aqueles sobre os hábitos de vida e comportamento de diversos animais brasileiros, tais como: anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Mas Eurico não escrevia sozinho - sempre consultava textos nacionais e estrangeiros e ouvia especialistas nos temas os quais estudava, defendendo a ideia de que o divulgador teria o papel de intermediar a comunicação entre pesquisadores e o público. Sua obra conquistou leigos e cientistas - há quem reconheça que os livros de Santos contribuíram para estimular o interesse de diversas crianças pela natureza e reavivar o afã de pesquisadores pelo estudo das aves. O prestigiado cientista e médico brasileiro Arthur Neiva (1880-1943) prefaciou um dos seus livros sobre aves, “Pássaros do Brasil”, publicado em 1940, reconhecendo “sem nenhum favor” que “a obra empreendida por Eurico Santos é[ra] das mais meritórias” (NEIVA, 1940, s/p apud NOMURA, 2005, p. 5).
É interessante perceber como os valores morais de sua época emergiram nos textos que Eurico Santos escrevia, sobretudo, quando caracterizava o modo de vida de determinadas aves. De acordo com o pesquisador Fernando Costa Straube, um dos estudiosos da obra de Santos, o pássaro chamado joão de barro, por exemplo, foi caracterizado pelo autor como “industrioso”, “casto”, “trabalhador”, “pacífico” e “honesto”. Todos esses atributos eram extremamente valorizados durante o contexto em que viveu Eurico. Na primeira metade do século XX, intelectuais brasileiros pensavam em projetos para a transformação do país em uma nação civilizada, moderna, produtiva, desenvolvida e saudável e a ciência seria uma das ferramentas mais importantes para o alcance deste objetivo, segundo eles. Durante a ditadura do Estado Novo, o governo do Presidente Getúlio Vargas propagandeava muitas das características atribuídas por Eurico a diversos pássaros como traços importantes da conduta dos cidadãos brasileiros.
Nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 28 de junho de 1883, Santos frequentou o Mosteiro de São Bento, em São Paulo capital, onde desenvolveu estudos no campo das Humanidades. Contudo, o processo de sua formação oficial é um pouco obscuro: em nenhuma de suas obras o divulgador menciona esse assunto. Segundo o professor, pesquisador e médico Herman Lent (1911-2004), Eurico era agrônomo, mas alguns estudiosos que escreveram sobre sua trajetória apontam que o referido curso, iniciado nos primeiros anos do novecentos, nunca foi concluído por ele. Santos colaborou com periódicos como Chácaras e Quintais, Caça e Pesca, Fauna e Sítios e Fazendas. Além disso, criou quatro revistas no Rio de Janeiro: A Fazenda (1910), A Fazenda Moderna (1916), O Campo (1930) e Seleções Agrícolas (1946). Todas divulgavam textos sobre agronomia. A revista O Campo foi veiculada por 15 anos e muitos pesquisadores brasileiros publicaram ali, descrições de novas espécies encontradas.
No início da década de 1930, com cerca de 50 anos de idade, Santos ingressou no Serviço de Economia Rural do Ministério da Agricultura, onde trabalhou por aproximadamente 20 anos, aposentando-se em 1953. Em seu acervo pessoal e profissional, guardava recortes de textos sobre espécies animais e vegetais retirados de periódicos especializados. Durante os anos 50, os textos sobre agronomia de sua autoria eram frequentemente distribuídos pelo Serviço de Informação Agrícola do órgão no qual trabalhava. Grande parte do material produzido por Eurico Santos trazia orientações e diretrizes relacionadas ao cultivo de frutas, à domesticação e criação de animais, como cães, aves e peixes.
Santos faleceu em sua cidade natal, Rio de Janeiro, no dia 24 de fevereiro de 1968, deixando um importante legado para a divulgação científica brasileira. Diversas das edições de seus livros foram rapidamente esgotadas e muito do material produzido por ele é considerado raridade entre admiradores dos temas que estudava e colecionadores. Recebeu diferentes honrarias como o título de “Publicitário do Ano”, do Presidente Juscelino Kubitschek, e uma sala batizada em sua homenagem no Museu Fritz Müller, localizado em Blumenau, Santa Catarina.

Prêmios e condecorações

Medalha do Mérito Agrícola (1960), Confederação Rural Brasileira.

Créditos

Giulia Accorsi

Revisão de texto

Date Issued

July 12, 2022

Coleções

ANÔNIMO. Eurico Santos, [s/d].Eurico Santos