Maria Laura Mouzinho Leite Lopes

Item

Nome Completo

Maria Laura Mouzinho Leite Lopes

Sobrenome

Leite Lopes

Nome

Maria Laura

Profissão

Matemática

Áreas do Conhecimento

Ciências Exatas e da Terra

Publicações e Obras

PROJETO FUNDÃO

Referências

ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS. ABC homenageia acadêmica no mês da mulher, 2011. Disponível em <http://www.abc.org.br/2011/03/29/abc-homenageia-academica-no-mes-da-mulher/>. Acesso em: 02 de agosto de 2021.

ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS. Maria Laura Mouzinho Leite Lopes. Disponível em: <http://www.abc.org.br/membro/maria-laura-mouzinho-leite-lopes/>. Acesso em: 28 de julho de 2021.

MAIA, Otávio Borges. Vox: arte, cultura e ciência no Brasil / Otávio Borges Maia, ilustrado por Kleber Soares de Sales - Brasília: Ibict, 2017. 132 p.; il. ISBN: 978-85-7013-129-4 e ISBN: 978-85-7013-130-0

CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO. Pioneiras da Ciências 2ª edição, 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/cnpq/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programas/mulher-e-ciencia/pioneiras-da-ciencia-1/pioneiras-2a-edicao>. Acesso em: 27 de julho de 2021.

FERNANDEZ, Cecília de Souza. A vida de Maria Laura Mouzinho Leite Lopes. Universidade Federal Fluminense, 2018. Disponível em: http://mulheresnamatematica.sites.uff.br/maria-laura-mouzinho-leite-lopes/. Acesso em: 27 de julho de 2021.

PEREIRA, P. C. Um elo perfeito: Maria Laura Mouzinho Leite Lopes e a educação matemática. Revista Científica General José María Córdova, 13(15), 326-334, 2015. https://doi.org/10.21830/19006586.148. Acesso em: 28 de julho de 2021.

SEGADAS, Claudia; NASSER, Lilian; TINOCO, Lucia A de A. Um tributo à professora Maria Laura (1919-2013). Boletim GEPEM, Nº 63, 17-27, 2013. pISSN: 0104-9739 e ISSN: 2176-2988. Acesso em: 26 de julho de 2021.

Link Lattes

Foto Principal

Local de Nascimento

Nascimento

January 18, 1919

Falecimento

June 20, 2013

Frase

“Antes de ser matemático, é preciso ser um cidadão preocupado com problemas da sua época. Mais importante do que fazer pesquisa, é poder formar alunos, é entender que a matemática é uma forma de pensar, de interpretar o mundo e resolver as situações que se apresentam.”

Breve Resumo

Primeira mulher a se doutorar em Matemática no Brasil e primeira brasileira a se tornar Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências. Articulou a fundação do CBPF, do IMPA e da SBM. Fez parte da geração que consolidou as ciências no Brasil.

Biografia

Maria Laura Mouzinho Leite Lopes, cujo nome de solteira era Maria Laura Mouzinho, nasceu em Timbaúba, Pernambuco, em 18 de janeiro de 1919, primogênita de sete mulheres e um homem. Sua mãe, Laura Moura Mouzinho, era professora primária e seu pai, Oscar Mouzinho, era um respeitado comerciante local e autodidata de grande cultura.

Em 1927, Maria Laura iniciou sua vida escolar, em Recife, tendo concluído em 1931. Em 1932, ingressou na Escola Normal de Pernambuco, tendo ali permanecido até 1934, onde foi aluna do professor Luiz de Barros Freire. Matemática não era o seu forte quando ingressou na Escola Normal de Pernambuco: “Ele [o professor Luiz de Barros Freire] foi responsável pela minha vocação matemática. Era um professor criativo que [...] contava histórias da matemática na biblioteca.”

Em 1935, a família Mouzinho mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro. Maria Laura estava com 16 anos e já havia cursado três anos do curso Normal. Seu pai considerou-a capaz de fazer o exame de Madureza, que encaminhava os alunos para cursar as duas últimas séries do curso ginasial, mas era apenas para maiores de 18 anos. Para que Maria Laura conseguisse ser aceita no Instituto Lafayette, o pai 'providenciou' uma nova certidão de nascimento, datada de 1917, para que ela não ficasse para trás nos estudos. No ano de 1936, concluiu seu curso ginasial como aluna do Colégio Sion, em Petrópolis (RJ). Tentou o vestibular de engenharia, mas foi reprovada em desenho. No ano seguinte, buscou a Universidade do Distrito Federal (UDF), voltada à formação de professores, mas o vestibular já havia acontecido. “Quando eu estava saindo, quem vinha chegando? O Luiz Freire [decano da Escola de Ciências da UDF]. Ele fez muita festa e contei a ele minhas misérias. Ele me perguntou: você passou em matemática e física no vestibular para engenharia? Então, está matriculada!”. Mas 15 dias depois, a UDF foi extinta pelo Decreto Federal nº 1.063/39 e todos os seus alunos foram transferidos para o Curso de Matemática da recém criada Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), no Rio de Janeiro. Em 1941, Maria Laura se formou “Bacharel em Matemática” e um ano depois, concluiu a “Licenciatura em Matemática”. A vinda de professores italianos e posteriormente, do matemático português Antônio Monteiro, tornou a FNFi o primeiro centro de pesquisa em Matemática do Rio. Nos seis anos seguintes, orientada por Monteiro, Maria Laura dedicou-se ao seu trabalho “Espaços Projetivos - Reticulado de seus sub-espaços”, para a obtenção da Livre-Docência de Geometria, na época a única possibilidade de obter o grau de Doutor. Em 1949, Maria Laura tornou-se a primeira doutora em ciências matemáticas do Brasil.

Ainda em 1949, com os físicos César Lattes e José Leite Lopes, Maria Laura participa da criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Em substituição ao professor Oliveira Júnior, passou a ministrar aulas de Geometria no Curso de Engenharia, no recém criado Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Neste mesmo ano viaja para os Estados Unidos, trabalhando por um ano no Departament of Mathematics da Universidade de Chicago. No ano de 1951, participa da criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Reunida com os matemáticos mais influentes do Rio de Janeiro e junto ao professor Cândido Lima da Silva Dias, então professor da Universidade de São Paulo (USP), no ano de 1952, funda o mais importante instituto de matemática do Brasil e um dos mais importantes do mundo, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), onde exerce a função de secretária no período de 1952-1956. Em março de 1952, é diplomada na Academia Brasileira de Ciências, sendo a primeira brasileira a entrar para a ABC.

Em 1956, casou-se com o renomado físico e professor José Leite Lopes. Entre 1958-60, participou das discussões que resultaram no projeto de criação da Universidade de Brasília — liderado por Darcy Ribeiro. No ano de 1961, foi nomeada professora da Educação Técnico Profissional do Estado da Guanabara.

No ano de 1967, Maria Laura assume o cargo de Chefe do Departamento de Matemática da FNFi, até se tornar Instituto de Matemática da UFRJ. No ano de 1969, com o professor Leite Lopes, é exilada, banida do país pelo Ato Institucional nº 5 (A.I.5), partindo primeiro para Pittsburgh, EUA, e em seguida para Estrasburgo, na França, onde participou de um programa de reciclagem de professores do Institut de Recherche sur l'Enseignement des Mathémathique. A partir daí, Maria Laura vai se tornando uma das mais importantes pesquisadoras em Educação Matemática no Brasil e no mundo.

Em 1974, ao retornar ao país, passou a atuar ativamente como defensora de causas inovadoras ligadas à formação de professores e ao ensino e à aprendizagem da Matemática em todos os níveis de escolaridade, assumindo papel de liderança na área de Educação Matemática no Brasil, que manteve até os últimos dias da sua vida. Não podendo assumir o seu papel na Universidade, ela promoveu cursos para formação de professores na Escola Israelita Brasileira Eliezer Eistenbarg e no Centro Educacional de Niterói.

No ano de 1976, participou da fundação “Grupo de Ensino e Pesquisa em Educação Matemática - GEPEM”, que foi presidido, por ela, durante os oito anos iniciais. Sob o convênio do GEPEM com o MEC/INEP, coordenou a primeira pesquisa em Educação Matemática no Brasil, “Projeto Binômio Professor-Aluno na Iniciação à Educação Matemática - uma pesquisa experimental”. Com a assinatura da Lei da Anistia em 1979, Maria Laura reassume sua cadeira no IM/UFRJ e, em 1981, com um grupo de professores, desenvolve a pesquisa “Avaliação dos Alunos no final da 4ª série Primária das Escolas Públicas” da cidade do Rio de Janeiro. No final do ano de 1982, respondendo a uma chamada do Ministério da Educação para o Programa de Integração da Universidade com o Ensino do 1º Grau, este grupo de professores do IM/UFRJ, sob a coordenação da Maria Laura, apresenta o “Projeto de Formação Para Professores de 1º, 2º e 3º Graus”. Em 1983, juntamente com as equipes da Biologia, Física, Geografia, Matemática e Química, implantam o “Projeto Fundão”, que veio a integrar o Subprograma de Educação para Ciência, quando da criação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Pelo PF/IM-UFRJ elaborou e desenvolveu a pesquisa para o INEP, “Formação dos Formadores de Professores”, cujo objetivo era detectar as razões das deficiências do Curso de Formação de Professores. No ano de 1980, junto à diretoria do GEPEM, Maria Laura estabelece um convênio com a Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, e forma o primeiro “Curso de Pós-Graduação Lato Sensu com Especialização em Educação Matemática” do Brasil, tornando-se o embrião do primeiro “Curso de Mestrado em Educação Matemática” do Estado do Rio de Janeiro e segundo do Brasil.

Com a equipe do PF/IM–UFRJ, no ano de 1993, formam no IM/UFRJ o “Curso de Especialização em Ensino de Matemática” e o“Curso Noturno de Licenciatura em Matemática” e, em 2006, o “Curso de Mestrado em Ensino de Matemática”. No sentido de consolidar a Educação Matemática no Brasil, em 27 de janeiro de 1988, a professora Maria Laura e um grupo de pesquisadores, professores e colaboradores, fundaram a “Sociedade Brasileira de Educação Matemática” (SBEM), e em seguida a regional SBEM/RJ. Após 65 anos de vida acadêmica na UFRJ, a professora Maria Laura é agraciada, em 1º de julho de 1996, com o título de “Professora Emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro” e no ano de 2001, é condecorada com o título de “Professora Honorária da SBEM”.

Maria Laura considerava que os avanços em ciência e tecnologia dependiam da formação de uma base sólida e criativa de ensino de matemática e ciências, com professores bem preparados.

Prêmios e condecorações

Professora emérita da UFRJ (1996)

Professora honorária da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (2001)

Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico, do Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil (2010)

Publicações

Créditos

Leda Sampson

Date Issued

August 5, 2021

Título

Maria Laura Mouzinho Leite Lopes

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