Divulgando mulheres negras nas ciências

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Divulgando mulheres negras nas ciências

Título original da pesquisa

O impacto das mulheres negras nas ciências

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Tipo

Tese ou dissertação

O que é a pesquisa?

Atualmente, a sociedade brasileira ainda é muito marcada pelo racismo e pelo machismo, em suas diferentes dimensões e espaços. Nos mais variados locais, mulheres negras são sistematicamente discriminadas e excluídas. Em espaços de produção do conhecimento científico não é diferente. O acesso a universidades e instituições de pesquisa vem sendo, ao longo de décadas, repetidamente negado a grande parte dessas mulheres, de modo que tais ambientes permanecem dominados, sobretudo, por homens brancos.
Tal fato, produz uma imagem estereotipada do cientista entre a população brasileira, e, consequentemente, a ideia de que só alguém branco e do sexo masculino pode exercer determinada profissão. Portanto, a popularização das histórias de cientistas negras e de suas descobertas entre o público é uma importante e potente maneira de se romper esse paradigma, quer seja valorizando o conhecimento produzido por essas pesquisadoras, quer seja contribuindo para a inclusão; e para o aumento do quantitativo de mulheres negras nas ciências.
Para isso, foram criadas atividades educacionais com o objetivo de destacar e enfatizar a grande relevância dessas personagens para a humanidade. Dentre as ações propostas, pensou-se em uma palestra para trazer cientistas negras de destaque em diferentes áreas do conhecimento, tais como: a biomédica brasileira Jaqueline Goes de Jesus, a matemática Gladys Mae West e a bioquímica Marie Maynard Daly, estas últimas estadunidenses, os estudos dessas 3 cientistas contribuíram sobremaneira para a resolução de problemas do nosso dia a dia e para a melhoria de nossa qualidade de vida. Além da palestra, foram organizadas outras ações, tais como: rodas de conversa e postagens em redes sociais.
Durante a realização da palestra, as autoras notaram que o público manifestou grande interesse pelo tema abordado. Além disso, parte significativa dos participantes percebeu a importância de se modificar a visão excludente, irreal, racista e machista que costumamos ter do cientista e que prevalece ainda hoje, sempre o imaginando como um homem branco. A estratégia das postagens também se mostrou muito produtiva, pois ampliou a audiência, além de expandir a abrangência e o alcance das reflexões produzidas nas atividades presenciais propostas.

Como é feita a pesquisa?

Inicialmente, as/os autoras/es realizaram um levantamento bibliográfico de textos acadêmicos versando sobre combate ao racismo e ao machismo, enfatizando a representatividade de mulheres negras nas ciências, além de trazer abordagens possíveis deste tema no ensino, na divulgação científica e em políticas públicas.
Em seguida, esses textos foram lidos e alguns dos conteúdos, abordagens e reflexões propostas foram selecionadas para orientarem a elaboração das atividades educacionais. A seleção priorizou discussões sobre cientistas negras e suas produções; as diversas violências que as mulheres negras vêm sofrendo, historicamente, no Brasil – entre as quais o apagamento dos papeis fundamentais que elas vêm desempenhando na promoção e manutenção do bem-estar de nossa sociedade. Além disso, para orientar as atividades educacionais também foram utilizadas discussões acerca dos grandes e numerosos obstáculos que essas mulheres precisam ultrapassar para terem acesso à educação de qualidade e a empregos dignos e sobre os processos que as levam a serem excluídas de certos espaços e postos profissionais, tomemos como exemplo: as instituições científicas e a profissão de cientista.
A parte presencial do estudo foi desenvolvida no Centro de Ensino Professor Rubem Almeida, localizado no município de Pinheiro, no estado do Maranhão. No colégio, as/os autoras/es da pesquisa realizaram palestras e rodas de conversa, cujo tema abordado tratou da importância das mulheres negras na ciência, no transcurso dessas atividades, foi dada a alunos e profissionais de educação a oportunidade de debater e expor os respectivos ponto de vista e percepções referentes ao tema em questão. Cada participante recebeu marcadores de páginas com a foto e algumas informações referentes às cientistas negras, alvo das discussões, quais sejam: Jaqueline Goes, Gladys Mae e Marie Maynard.
A atividade educacional, não-presencial que consistiu na elaboração de postagens feitas na página do Grupo de Pesquisa Conscientize, no Instagram, do qual as/os autoras/es do estudo fazem parte, contou um pouco sobre a trajetória dessas cientistas negras e como foi a contribuição delas para o desenvolvimento da ciência mundial.

Qual a importância da pesquisa?

Pesquisas como essa, que buscam ressaltar a importância das mulheres negras e de suas contribuições para a produção do conhecimento científico, são absolutamente fundamentais para a nossa sociedade, por diferentes motivos.
Ao apresentar para a comunidade escolar a trajetória de cientistas negras e suas descobertas, o presente estudo contribui para a mudança de paradigma e da visão do coletivo acerca do cientista, até então, predominantemente imaginado como sendo homem e branco.
Tal mudança, por sua vez, pode incentivar e estimular pessoas, fora desse “padrão”, sobretudo meninas e mulheres negras a almejar a carreira de cientista, mostrando a elas que também lhes é possível ocupar esse lugar.
Essa aproximação se torna muito importante uma vez que traz à tona personalidades dotadas de grande potencial e capazes de deixar contribuições inestimáveis para a ciência e para a sociedade como um todo e, desta forma, nos permitir adquirir novos conhecimentos e melhorarmos a compreensão sobre os saberes que já construímos e sobre a nossa visão de mundo.
Nesse sentido, a apresentação de trajetórias de cientistas negras para o público escolar contribui para a interrupção do processo de exclusão e para o empoderamento das pessoas não-brancas que compõem esse coletivo, sobretudo, das meninas negras, de modo que essas possam se enxergar na posição de produtoras de conhecimento.
Assim, ao promoverem a aproximação e o interesse pelas carreiras científicas por parte de jovens não-brancas/os, as atividades desenvolvidas pelo presente estudo contribuem para o processo de inclusão e democratização do acesso dessas pessoas ao ensino de qualidade, à profissão de cientista e aos espaços onde se produz ciência.
Por fim, as atividades educacionais promovidas, principalmente as presenciais, também estimulam o senso crítico e ético da comunidade escolar, conscientizando-a de que a presença de mulheres negras nas ciências é imprescindível para o desenvolvimento e avanço na produção de conhecimentos. Quanto mais diversidade existir entre aqueles e aquelas que fazem ciência, maiores serão os avanços que poderão ser realizados nesse campo.

Imagens da pesquisa

Área do Conhecimento

Linguística, Letras e Artes

ODS

ODS 10: Redução das Desigualdades
ODS 4: Educação de Qualidade

Data da publicação do texto de divulgação

June 24, 2025
Figura 1- Jaqueline Goes Figura 2- Gladys West Figura 3- Mariem M Daly Figura 4- Alunos e as pesquisadoras Figura 5- Vidas negras importam