Charles Robert Darwin

Item

Nome Completo

Charles Robert Darwin

Sobrenome

DARWIN

Nome

Charles

Profissão

Naturalista

Áreas do Conhecimento

Ciências Biológicas

Publicações e Obras

A Viagem do Beagle (1839) - Título original: Journal and Remarks
A Origem das Espécies (1859) - Título original: On the Origin of Species by Means of Natural Selection
A Descendência do Homem e Seleção em Relação ao Sexo (1871) - Título original: The Descent of Man, and Selection in Relation to Sex
A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais (1872) - Título original: The Expression of the Emotions in Man and Animals
A Estrutura e Distribuição dos Recifes de Coral (1842) - Título original: The Structure and Distribution of Coral Reefs
A Fertilização das Orquídeas (1862) - Título original: On the Various Contrivances by Which British and Foreign Orchids Are Fertilised by Insects
A Ação dos Vermes na Formação do Húmus (1881)- Título original: The Formation of Vegetable Mould, Through the Action of Worms

Referências

Palavras-chaves

Português evolucionismo
Português origem das espécies
Português seleção natural

Foto Principal

Nascimento

February 12, 1809

Falecimento

April 19, 1882

Frase

“Meu amor pela ciência natural tem sido constante e ardente”.

Breve Resumo

Naturalista inglês que se tornou um dos grandes cientistas do século XIX. Darwin nasceu em 12 de fevereiro de 1809 na Inglaterra e, desde pequeno, era um exímio observador da natureza. Gostava de colecionar muitas coisas, dentre elas besouros. Ao realizar uma viagem a bordo da embarcação <i>Beagle</i>, pôde conhecer e descrever diferentes países ao redor do mundo. Com seu método científico, curiosidade, observação e imaginação, foi capaz de formular a teoria da evolução das espécies, revolucionando o mundo científico a partir desta e de outras obras.

Biografia

Como surgem as espécies? Por que existem tantas espécies diferentes no mundo, mesmo em ambientes semelhantes? Hoje em dia é comum saber que a Terra já foi habitada por grandes animais como os dinossauros, mamutes ou tigres-dentes-de-sabre, e que estes animais foram extintos, há milhões de anos. Mas, até algum tempo atrás, as pessoas acreditavam que o mundo sempre existiu como nós o conhecemos hoje. Estes e outros questionamentos e conhecimentos avançaram muito a partir da curiosidade e das investigações realizadas por Charles Darwin, um dos grandes cientistas do século XIX.
Charles Robert Darwin nasceu em 12 de fevereiro de 1809, na pequena cidade de <i>Shrewsbury</i>, Inglaterra, em uma família financeiramente abastada, composta por vários intelectuais. Seu avô, Erasmus Darwin, era um respeitado médico, poeta e filósofo natural; enquanto seu pai, Robert Darwin, também atuava como médico e era conhecido pela fortuna e inteligência (Wyhe, 2002). A mãe de Charles, Susannah Wedgwood, faleceu quando Darwin era criança e, conforme ele mesmo descreve em sua autobiografia: “Minha mãe morreu em julho de 1817, quando eu tinha pouco mais de oito anos, e é estranho que eu não consiga me lembrar de quase nada sobre ela [...]” (Barlow, 1958, p. 22) (tradução nossa).
Darwin cresceu com seus cinco irmãos na mansão dos pais, onde havia um imenso jardim, rodeado por campos e bosques, por onde ele pôde brincar e investigar a natureza. Era o ambiente ideal para um garoto curioso, observador e apaixonado por colecionar conchas, minerais, plantas, animais e todo tipo de objeto. Segundo ele: “A paixão por colecionar [...] era muito forte em mim, e era claramente inata, pois nenhuma das minhas irmãs ou irmão jamais teve esse gosto” (Barlow, 1958, p. 23) (tradução nossa).
Igual a outras crianças, Charles possuía uma grande imaginação e gostava de atrair a atenção das pessoas. Percebemos estas características em alguns de seus relatos, compartilhados em sua autobiografia. Em um deles, Darwin descreve que quando era bem pequeno, costumava pegar maçãs do pomar para dá-las a alguns meninos e jovens que viviam em uma cabana próxima. Antes de entregar as frutas, mostrava o quão rápido conseguia correr. Ele comenta que é interessante não ter percebido, na época, que a surpresa e admiração expressadas por aqueles meninos em relação à sua velocidade eram motivadas pelas maçãs (Barlow, 1958). Em outro momento, Darwin menciona sobre um pequeno evento que ficou gravado na memória, ocorrido durante o início de sua vida escolar. Ele conta que, certa vez, disse a outro garotinho que era capaz de produzir <i>Polyanthuses</i> e <i>Primroses</i> (espécies de flores) de várias cores ao regá-las com certos fluidos coloridos. Embora, naquele momento, Darwin nunca houvesse tentado tal experimento, sua imaginação e curiosidade já estavam presentes e atraiam a atenção dos colegas (Barlow, 1958).
Dos 9 aos 16 anos, Charles frequentou um colégio interno, que ficava próximo à casa onde morava, dando–lhe a possibilidade de viver como um verdadeiro estudante, mantendo também seus vínculos familiares. Este período escolar proporcionou-lhe uma convivência social diferente. Assim como ocorre com outras crianças e jovens nos dias de hoje, Charles passou por experiências em que os colegas o fizeram ser motivo de risada. Contudo, ao relatar tais eventos, descritos com a maturidade dos anos, Darwin os apresenta com tons de humor e superação.
Devido à condição social privilegiada, Darwin teve acesso a uma diversidade de livros, experiências culturais, e conviveu também com intelectuais nas diferentes fases da vida. Uma das vivências marcantes da formação escolar, foi a de ter a oportunidade de participar dos experimentos científicos realizados por seu irmão mais velho, Erasmus. Em sua autobiografia, Darwin descreve que, quando o irmão dele se dedicou à química e montou um laboratório razoavelmente equipado na casa de ferramentas do jardim, ele teve a permissão para ser ajudante do irmão, na maioria dos experimentos. O fato de eles trabalharem com química, acabou sendo conhecido por toda escola e, como era algo inédito, Darwin ganhou o apelido de "Gás". Para Charles, essa experiência foi considerada a melhor parte da educação escolar, pois demonstrou, na prática, o significado da ciência experimental (Barlow, 1958, p. 45-46).
Participar dos experimentos rendeu-lhe grandes aprendizados científicos, mas também um apelido entre seus colegas, bem como uma repreensão do diretor escolar, o qual disse-lhe publicamente que Darwin desperdiçava o tempo com assuntos inúteis, interessando-se por coisas pequenas e mostrava-se indiferente ao que realmente importava. Além disso, Darwin descreve que: “Eu era considerado pelos meus professores e por meu pai como um menino comum, abaixo do padrão normal de intelecto" (Barlow, 1958, p. 15) (tradução nossa).
A inadequação ao ensino formal, com exposição de conteúdos, foi outra constante na trajetória dele. Ao contar sobre seu período escolar e a influência em seu desenvolvimento intelectual, Darwin declara que “A escola como meio de educação para mim era simplesmente um vazio.” (Barlow, 1958, p. 27) (tradução nossa).
Apesar de algumas experiências escolares serem desagradáveis, Darwin contava com a amizade cultivada, o que compensou os momentos desafiadores “Eu fiz muitos amigos entre os estudantes, os quais eu amava muito, e acho que minha disposição era então muito afetuosa” (Barlow, 1958, p. 45) (tradução nossa).
Além disso, é possível perceber que Charles possuía uma grande capacidade de aprendizado prático, baseado em observação, questionamentos e experimentos, estes, porém, não eram valorizados na educação formal daquela época. Desta forma, os conhecimentos variados, paixões e perseverança, o conduziram para um futuro brilhante:
<cite>Olhando para trás, tanto quanto posso, para meu caráter durante minha vida escolar, percebi que as únicas qualidades, que naquele período, me serviriam bem para o futuro, foram os meus gostos fortes e diversificados, muito zelo por tudo o que me interessava e um grande prazer em entender qualquer assunto ou coisa complexa (Barlow, 1958, p. 43) (tradução nossa). </cite>
Devido ao baixo desempenho escolar, Charles Darwin foi retirado da escola pelo pai, antes mesmo de finalizar esta etapa de formação. Orientado pelo próprio pai a estudar medicina na Universidade de Edimburgo, Escócia, no ano de 1825, Charles juntou-se ao irmão, que, naquele momento, estava concluindo os estudos médicos. Entretanto, rapidamente Darwin percebeu que não tinha vocação para a área. A aversão às cirurgias, realizadas sem anestesia naquela época, geraram nele traumas que o assombraram por longos anos. Apesar de tudo, Charles permaneceu em Edimburgo por dois anos, onde teve a oportunidade conhecer naturalistas, que lhe propiciaram o contato com estudos naturais, como os invertebrados (Barlow, 1958).
Passado este tempo, Darwin se afastou do curso de medicina e ingressou na Universidade de Cambridge, Inglaterra, seguindo a nova proposta de seu pai: a de se tornar um clérigo (religioso), cuja etapa inicial do curso era uma formação em artes (Orlandi, 2022). Mesmo mudando de curso, até os três primeiros anos em Cambridge, Darwin não havia se identificado com grande parte dos seus estudos, gerando nele um desânimo ao pensar que estava perdendo tempo com matérias desafiadoras, como a matemática.
Contudo, o contato com professores e disciplinas naturalistas, tais como: botânica e geologia, bem como as expedições e aulas de campo, eram-lhe motivo de incentivo. Além destes, havia outros estímulos para a permanência de Darwin em Cambridge, dentre eles: a convivência com os amigos, os aprendizados sobre pinturas e artes, bem como a participação no conjunto musical, que despertou nele um forte apreço pela música.
Mesmo assim, a principal paixão de Darwin continuava sendo o mundo natural e, naquele momento, a coleção de besouros, pela qual era tão empolgado, que lhe proporcionou situações inusitadas quando da descoberta de algumas espécies desconhecidas.
<cite>[...] nenhuma busca em Cambridge foi seguida com tanta ânsia ou me deu tanto prazer quanto colecionar besouros. [...]. Vou dar uma prova do meu zelo: um dia, ao arrancar uma casca velha, vi dois besouros raros e agarrei um em cada mão; então vi um terceiro e novo tipo, que não suportaria perder, então coloquei o que segurava na mão direita na boca. Infelizmente, ele ejetou um fluido intensamente ácido, que queimou minha língua, então fui forçado a cuspir o besouro, que estava perdido, assim como o terceiro (Barlow, 1958, p. 62) (tradução nossa).</cite>
Sobre o período de Charles em Cambridge, ele resume na autobiografia que “No geral, os três anos que passei em Cambridge foram os mais alegres da minha vida feliz; pois eu estava então com excelente saúde e quase sempre de bom humor.” (Barlow, 1958, p. 68; tradução nossa). Também foi em Cambridge que Darwin conheceu John Stevens Henslow, um influente botânico. A importância do professor Henslow para Darwin foi além das aulas de botânica e de seus aprendizados sobre métodos científicos. Este pesquisador, posteriormente, o recomendaria para a grande jornada da vida dele
Em uma expedição que buscava mapear a costa da América do Sul, Darwin foi indicado para participar como cientista naturalista. Assim, em 1831, Charles embarcou no <i>HMS Beagle</i>, com 22 anos de idade. Durante quase cinco anos, ele coletou fósseis, animais e plantas, e registrou essas observações meticulosamente nos cadernos que levava consigo. A viagem foi marcada por paisagens maravilhosas, descobertas e muito trabalho (Barlow, 1958).
Na passagem pela costa do Brasil, Darwin ficou particularmente impressionado com a exuberância da floresta tropical, descrevendo-a como um paraíso na Terra (Barlow, 1958). Em determinada parte de sua autobiografia, Darwin relata que, naquele momento, escreveu em seu diário que “enquanto estava no meio da grandeza de uma floresta brasileira, ‘não é possível dar uma ideia adequada dos sentimentos mais elevados de admiração, maravilha e devoção que preenchem e elevam a mente’" (Barlow, 1958, p. 91) (tradução nossa). Contudo, também ficou chocado com a escravidão, relatando que é impossível deixar de sentir a mais profunda indignação e vergonha por isso (Bernardo, 2019).
Durante a viagem, Darwin teve a possibilidade de aprofundar os conhecimentos em diferentes áreas da ciência, permitindo-lhe confrontar e relacionar tudo o que já havia visto, estudado e adquirido com as novas experiências. Os estudos geológicos prévios foram colocados em prática, aprimorando nele o raciocínio e investigação de forma inovadora. Relembrando a importância desta experiência, Darwin descreve: “Sempre senti que devo à viagem o primeiro treinamento ou educação real da minha mente. Fui levado a me dedicar de perto a vários ramos da história natural, e assim meus poderes de observação foram aprimorados, embora já estivessem bastante desenvolvidos.” (Barlow, 1958, p. 77) (tradução nossa).
De fato, esta viagem mudou completamente os rumos de atuação de Charles Darwin, consagrando-o como um grande cientista naturalista. Após o retorno do <i>Beagle</i>, no dia 2 de outubro de 1836, ele se dedicou completamente à ciência natural. A partir de então, inicia suas publicações e provoca grandes mudanças no mundo científico.
Junto com a mudança de carreira, depois de retornar à Inglaterra, Charles se casou com Emma Wedgwood, em 1839. Sua esposa se tornou uma grande parceira de vida, cuidando de Darwin durante os períodos em que ele estava com problemas de saúde. Quando Charles começou a ficar debilitado, sem que houvesse algum diagnóstico preciso para seus tremores, náuseas e tonturas, ele decidiu se isolar do convívio social, restringindo-o apenas ao contato com os familiares, voltando-se assim para uma vida de trabalho científico mais isolada (Barlow, 1958).
Nesta fase, Darwin compilou as anotações e desenvolveu suas ideias. Empregou um método rigoroso de observação e dedução, combinando dados de várias fontes para formar hipóteses robustas. Assim, questões das quais ele se indagava há anos, foram, posteriormente, sendo compreendidas com mais clareza. Um bom exemplo desse processo de construção do conhecimento formou-se a partir de uma visita ao arquipélago de Galápagos, durante a viagem no navio <i>Beagle</i.
Na costa do Equador, o arquipélago de Galápagos é composto por várias ilhas grandes e pequenas, com paisagens e características específicas. Em todas elas havia um pequeno pássaro, o tentilhão. Darwin observou que havia uma certa diversidade entre diferentes espécimes que eram muito semelhantes entre si, mas com bicos diferentes (alguns bicos grossos e fortes e outros pequenos e pontiagudos). Quando Darwin descrevia e observava esses pássaros, ainda não havia plena consciência do impacto causado por essa experiência. Essa foi, anos depois, a semente através da qual ele pôde compreender que pequenas variações acumuladas ao longo do tempo conseguem impulsionar uma seleção natural, explicando, assim, a diversidade da vida (Dieguez, 2016).
Após um processo minucioso de estudos e observações, Charles publicou os estudos sobre geologia e zoologia. Somente em 1859, publicou o livro "A Origem das Espécies", um trabalho que abalou as bases do pensamento científico e religioso da época. A obra propunha que todas as espécies compartilham ancestrais comuns e que a evolução ocorre por seleção natural.
Toda a tendência de pensamento de Darwin era contra a especulação fácil, mas as teorias fluíam-lhe livremente à mente, prontas para os testes essenciais de observação e experimento. Ele levou vinte anos combinando teorias e descobertas para preparar seu caso antes de apresentar a teoria da evolução das espécias. Para Darwin: “O atraso, neste caso, como em todos os meus outros livros, foi uma grande vantagem para mim; pois um homem, após um longo intervalo, pode criticar seu próprio trabalho, quase tão bem quanto se fosse o de outra pessoa.” (Barlow, 1958, p. 132-133) (tradução nossa).
Darwin teve que se convencer por evidências acumuladas, antes que pudesse convencer os outros, expressando livremente tanto as suas dúvidas quanto suas convicções: “Tenho me esforçado constantemente para manter minha mente livre, de modo a desistir de qualquer hipótese, por mais amada que seja (e não posso resistir a formar uma sobre cada assunto), assim que os fatos se mostram opostos a ela” (Barlow, 1958, p. 141) (tradução nossa).
As ideias de Darwin transcenderam a biologia e influenciaram diferentes áreas da ciência ao transformar a compreensão da humanidade sobre seu lugar na natureza, desafiar crenças arraigadas e incentivar uma visão mais científica do mundo. Além de “A Origem das Espécies”, Darwin escreveu outras obras que expandiram suas ideias sobre a evolução e abordaram temas relacionados à biologia, psicologia, antropologia e filosofia. Cada uma destas publicações forneceu uma perspectiva única sobre os conceitos que revolucionaram a ciência e geraram controvérsias e discussões acaloradas por vários anos.
Em “A Descendência do Homem (1871)”, Darwin abordou a evolução humana e postulou a ideia de que os seres humanos compartilham ancestrais comuns com os primatas. A obra causou controvérsia entre cientistas e religiosos, pois desafiava a visão tradicional sobre a origem do homem e a sua singularidade (Barlow, 1958). Embora tenha sido criticada por suas implicações para a moralidade humana, a obra foi fundamental para promover, posteriormente, estudos em psicologia evolutiva e sociobiologia.
Na outra obra de destaque: “A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais” (1872), Charles Darwin explorou como as expressões emocionais são universais e compartilhadas entre humanos e animais. Ele argumentou que as expressões faciais e as posturas corporais evoluíram como adaptações que ajudaram na sobrevivência dos indivíduos em ambientes sociais (Castilho, 2021).
Além destas, Darwin ainda escreveu “A Variação sob Domínio e a Seleção Artificial (1868)”, onde buscou observar como a seleção artificial, praticada por criadores de animais e plantas, poderia fornecer evidências adicionais para a seleção natural; e “A Forma e a Distribuição dos Corais (1842)”, na qual detalhou as suas pesquisas sobre os recifes de corais, realizadas nos países por onde viajou.
As publicações de Darwin foram fundamentais para transformar o entendimento da ciência sobre a vida na Terra. Tornou-se um pioneiro e inspirou futuras gerações de cientistas a explorarem a complexidade da natureza e a aplicarem a teoria da evolução em novos campos de estudo (Barlow, 1958). A profunda influência de Darwin ainda ressoa nas ciências modernas, desafiando continuamente a forma como percebemos nosso lugar no mundo.
Darwin era descrito por amigos como um homem gentil, modesto e profundamente dedicado à família. Segundo a biógrafa e neta Nora Barlow, Darwin possuía uma natureza carinhosa e se envolvia intensamente com os filhos, brincando e incentivando-os a explorar o mundo natural. Os filhos se lembravam dele brincando no jardim e os encorajando a explorar o mundo. De acordo com Nora Barlow, a avó Emma costumava repetir um ditado do marido: “É uma falha fatal raciocinar enquanto se observa, embora seja tão necessário antes e tão útil depois” (Barlow, 1958, p.159). Para ela, valia registrar este conselho, pois, em certa medida, resume as opiniões de Charles Darwin (Barlow, 1958).
Charles Darwin morreu em 19 de abril de 1882, aos 73 anos, deixando um legado imensurável. Ele foi enterrado na Abadia de Westminster, um reconhecimento pela contribuição dele à ciência. Mais do que um cientista brilhante, Darwin foi um ser humano curioso e compassivo, cuja jornada pessoal e intelectual continua inspirando gerações (Wyhe, 2002).
<strong>Vamos Refletir?</strong>

A biografia de Charles Darwin nos oferece a oportunidade de refletirmos sobre vários temas atuais relevantes. A história de Charles demonstra que ele era uma criança curiosa, observadora e questionadora, características que o acompanharam pela vida e o fizeram, posteriormente, ser capaz de confrontar teorias e práticas antes de concluir sobre algo, demonstrando que a ciência é um processo contínuo de descoberta e revisão.
Na biografia de Darwin, vimos também que a diversidade nas formas de aprendizado é essencial, visto que nele, assim como em outros, o aprendizado ocorreu muito mais pela prática e pela observação direta da natureza, do que pelo ensino formal tradicional. Darwin também exemplifica como o conhecimento integrado, construído a partir de uma ampla gama de interesses e disciplinas, pode ser mais enriquecedor do que o estudo segregado de temas isolados.
Além disso, a capacidade por ele demonstrada, de superar desafios, entre eles os problemas de saúde e as críticas, reforça a importância de se construir relacionamentos significativos (com amigos e familiares), que ofereçam apoio e inspiração para se perseverar. A vida de Darwin é um testemunho de como a paixão pelo conhecimento, aliada à resiliência e à autenticidade, podem transformar não apenas uma vida, mas toda a compreensão da humanidade sobre si mesma e o mundo ao redor.

Fotos

Créditos

Revisão de texto

Date Issued

May 9, 2025

Coleções

Charles Darwin sentado 1816 - Charles Darwin aos seis anos de idade. Desenho de giz feito por Ellen Sharples 1840 - Retrato de Emma Darwin, esposa de Charles Darwin, pintado por George Richmond. 1840 - Retrato de Charles Darwin, de 31 anos, feito por George Richmond. 1842 - Retrato de Charles Darwin com seu filho William Erasmus Darwin. 1871 - Cartum Editorial Retratando Charles Darwin como um Macaco 1881 - Fotografia de Charles Darwin, por Herbert Rose Barraud. Considerada a última fotografia de Darwin antes de sua morte Darwin, La Descendance de l'Homme, 1881. Ilustração encontrada no livro 'The Descent of Man' de Charles Darwin. Representação do HMS Beagle. Londres, Reino Unido Ilustração retratando o percurso do HMS Beagle e a viagem realizada por Charles Darwin 1854 - Assinatura de Charles Darwin.