Modelo comunitário de exploração sustentável de madeira pode salvar florestas na Amazônia

Item

Título para divulgação do texto

Modelo comunitário de exploração sustentável de madeira pode salvar florestas na Amazônia

Título original da pesquisa

O desafio de conservar as florestas inundáveis amazônicas no Brasil

Imagem de capa

Revisão de texto

Autores do texto original

Fonte(s) Financiadora(s)

Resumo

Estudos e implantação de planos de manejo para exploração sustentável dos recursos madeireiros em áreas de florestas amazônicas inundáveis na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na região do Médio Solimões, no Estado do Amazonas.

Tipo

Projeto de pesquisa

O que é a pesquisa?

Pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), projetam e criam, com estudos científicos de caráter multidisciplinar, planos de manejo para exploração sustentável dos recursos madeireiros em áreas de florestas amazônicas inundáveis.

O modelo implantado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na região do Médio Solimões, no Estado do Amazonas, estimula as comunidades locais e conta com ampla participação das mesmas. O objetivo é equilibrar a exploração da madeira, com atendimento das necessidades econômicas da população, e a preservação da floresta, bem como a biodiversidade das espécies de árvores ameaçadas de extinção.

Como é feita a pesquisa?

Inicialmente, os cientistas realizam um mapeamento participativo, isto é, fazem com que cada comunidade escolha sua área de uso florestal. A seguir, promovem negociações intercomunitárias para demarcar as áreas de exploração de cada comunidade.

Essas populações recebem apoio para discutir os estatutos criados pelas próprias associações comunitárias, que são legalizadas e tornam-se as responsáveis pela exploração econômica dos recursos madeireiros.

O IDSM fornece a essas associações capacitação para realizar levantamentos das espécies de madeiras existentes em suas áreas de exploração. A partir desses levantamentos a exploração madeireira é planejada, abrangendo um período de vários anos. Por meio da seleção de árvores o corte é regulado, bem como a distribuição das árvores remanescentes.

É estabelecido um limite de extração de cinco árvores por hectare, e são determinados critérios para definir as árvores a serem retiradas e as que vão permanecer, sempre com a preocupação em minimizar danos à mata e seguir a legislação em vigor.

O Código Florestal Brasileiro, que proíbe a extração sem planos de manejo técnico, passou a prever, desde 1998, o manejo florestal de caráter comunitário em pequenas áreas de exploração anual. Com este parâmetro, os cientistas discutem e aprovam, com as comunidades envolvidas, Planos de Manejo Florestal Simplificado (previstos no Código) e obtêm as licenças competentes.

A exploração, assim, é organizada de modo a reduzir os danos à floresta, a garantir que apenas as árvores selecionadas sejam derrubadas, a diminuir os riscos de acidentes e a aumentar a eficiência da extração. Dessa forma, a pesquisa inclui a identificação de parcerias com madeireiras e usuários que reconheçam o valor da madeira manejada, ou seja, a madeira de preço mais elevado que a ilegal.

O modelo, implantado inicialmente numa área focal de 260 mil hectares, está em expansão para toda a área da Reserva, e inclui um sistema de zoneamento, com áreas de preservação total ao lado das áreas de uso sustentado, sistemas de fiscalização, busca de alternativas econômicas à exploração de madeira e normas de uso dos recursos naturais. O projeto também acompanha como o manejo florestal afeta a renda familiar, e avalia a sustentabilidade do manejo para divulgação e difusão do modelo.

Qual a importância da pesquisa?

A extração de madeira, na área onde foi posteriormente implantada a Reserva Sustentável de Mamirauá, constituía a principal atividade econômica de populações na época da cheia, sendo feita, porém, de forma prejudicial à preservação de várias espécies de árvores, como a samaúma (Ceiba pentandra) que sofreu intensa exploração antes da criação da Reserva. O projeto de manejo sustentável, a fiscalização por agentes comunitários e programas de educação do IDSM garantiram a redução em 96% da extração ilegal de madeira na área.

Esse modelo, que apresenta resultados positivos, pode vir a ser disseminado por toda a Amazônia. Sua importância é grande para a meta de preservação de espécies ameaçadas e para a garantia da biodiversidade e da própria existência das florestas tropicais inundáveis. Além disso o modelo é pioneiro pela ampla participação de comunidades locais, e pela ligação que se estabelece entre saberes tradicionais e informações tecno-científicas, visando a otimizar os resultados dos planos de manejo.

Área do Conhecimento

Ciências Agrárias

Palavras-chave – Entre 3 a 5 palavras

Portuguesa Madeira
Portuguesa Uso sustentável
Portuguesa Exploração

ODS

ODS 15: Vida Terrestre
ODS 13: Ação Contra a Mudança Global do Clima

Referência da Pesquisa Original

Modelo comunitário de exploração sustentável de madeira pode salvar florestas na Amazônia. Disponível : https://www.mamiraua.org.br/manejo-florestal . Último acesso em: julho,2022.

Material Complementar

BARATA, Germana. Preservação combina com interesse financeiro? ComCiência. Campinas – SP: Labjor (Unicamp), 2005. http://www.comciencia.br/reportagens/2005/08/03.shtml Acesso em: 07 abr. 2011.

STONE- SAMANTHA, Jovicich, et al. Acompanhamento para Manejo Florestal Comunitário na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Amazonas, Brasil. Indonésia (ID): Centro para a Pesquisa Florestal Internacional (Cifor), 2007. Disponível em: http://www.cifor.cgiar.org/acm/download/pub/grassroot/Mamirau%C3%A1_All.pdf Acesso em: 07 abr. 2011.

Data da publicação do texto de divulgação

December 2, 2002

Coleções

191.jpg 00010_1.jpg Jovem escoando madeira Foto: James Bampton/PMFCIDSM Comunitário fazendo corte de árvore no projeto de MFC em Mamirauá - Foto: James Bampton/ PMFC-IDSM Transporte de madeiras 00010_5.jpg 00010_6.jpg