Desmatamento nas várzeas amazônicas ameaça fauna fluvial
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Título para divulgação do texto
Desmatamento nas várzeas amazônicas ameaça fauna fluvial
Título original da pesquisa
Efeito do desmatamento da várzea sobre a fauna de invertebrados, peixes e quelônios
Imagem de capa
Revisão de texto
Autores do texto original
Fonte(s) Financiadora(s)
O que é a pesquisa?
Pesquisa sobre os efeitos do desmatamento nas florestas de várzea (habitat definido como planície inundável situada à margem dos rios) da Amazônia entre as populações de peixes, tartarugas e insetos. O estudo busca quantificar a relação entre as florestas de várzea e a fauna a elas associada para medir as perdas causadas entre as espécies focadas pelas mudanças na paisagem da várzea.
Como é feita a pesquisa?
A pesquisa selecionou uma área para estudos, na várzea do Rio Solimões e Amazonas, entre o rio Iça e o rio Madeira, constituída por 50 lagos independentes, localizados ao longo das margens e ilhas do Rio Solimões. Estes lagos são usados como estações de coleta dos pesquisadores, que dali retiram amostras de quelônios (tartarugas) e peixes. Através da análise do conteúdo estomacal avalia-se também a importância dos insetos herbívoros na dieta destes animais.
A pesquisa faz, simultaneamente, a estimativa das áreas de floresta inundável na região estudada e da sua área total, através de imagens de satélite. Estima-se também as variações de oxigênio dissolvido na água, a densidade populacional humana à beira dos lagos e várzeas e o tamanho da frota pesqueira atuante na área.
Do ponto de vista biológico são realizadas coletas de peixes, zôoplancton (vegetação microscópica) e tartarugas, estimativas da participação dos insetos na dieta dos peixes, identificação de espécies de peixes, insetos e tartarugas, contagem de zôoplancton, análise de evacuação gástrica e integração de resultados de pesca e de redução da floresta inundável.
A pesquisa faz, simultaneamente, a estimativa das áreas de floresta inundável na região estudada e da sua área total, através de imagens de satélite. Estima-se também as variações de oxigênio dissolvido na água, a densidade populacional humana à beira dos lagos e várzeas e o tamanho da frota pesqueira atuante na área.
Do ponto de vista biológico são realizadas coletas de peixes, zôoplancton (vegetação microscópica) e tartarugas, estimativas da participação dos insetos na dieta dos peixes, identificação de espécies de peixes, insetos e tartarugas, contagem de zôoplancton, análise de evacuação gástrica e integração de resultados de pesca e de redução da floresta inundável.
Qual a importância da pesquisa?
A floreta de várzea vem sofrendo constantes modificações devido ao desmatamento, causados sucessivamente por plantações de juta, extração seletiva de madeira (75% da madeira exportada da Amazônia vem de várzeas), estabelecimento de pastos e plantação de grãos..
Colonos receberam, do poder público, sementes melhoradas, ferramentas e supervisão técnica para implantar diversos tipos de cultivos de grãos e frutas nas áreas de várzea, sendo que a preparação do solo implica na remoção das florestas. Locais como as várzeas dos rios Juruá, Madeira e Solimões, nas proximidades de Manaus, tem sofrido intensamente com este processo que tem apelo social, mas cujos impactos ambientais ainda não foram avaliados. E devido aos investimentos agrícolas, a área de várzea tende a diminuir ainda mais nos anos por vir.
Diante disso é importante uma avaliação minuciosa dos efeitos desse desmatamento na fauna ribeirinha, pela ameaça potencial à biodiversidade, principalmente entre a numerosa população de peixes e quelônios. O desenvolvimento sustentável da atividade pesqueira na Amazônia também pode ser afetado pelo desmatamento intensivo da várzea, sendo que o potencial de produção sustentável estimado é de 900 mil toneladas/ano de pescado. Mas além do valor econômico dessa atividade (estimado em U$ 300 milhões/ano), que pode ser afetado pelo desmatamento das várzeas para fins agrícolas, a pesquisa também foca outro dado social, pois o pescado é a principal e mais barata fonte de proteínas das populações locais.
Texto de divulgação científica publicado em 09 de dezembro de 2002.
Colonos receberam, do poder público, sementes melhoradas, ferramentas e supervisão técnica para implantar diversos tipos de cultivos de grãos e frutas nas áreas de várzea, sendo que a preparação do solo implica na remoção das florestas. Locais como as várzeas dos rios Juruá, Madeira e Solimões, nas proximidades de Manaus, tem sofrido intensamente com este processo que tem apelo social, mas cujos impactos ambientais ainda não foram avaliados. E devido aos investimentos agrícolas, a área de várzea tende a diminuir ainda mais nos anos por vir.
Diante disso é importante uma avaliação minuciosa dos efeitos desse desmatamento na fauna ribeirinha, pela ameaça potencial à biodiversidade, principalmente entre a numerosa população de peixes e quelônios. O desenvolvimento sustentável da atividade pesqueira na Amazônia também pode ser afetado pelo desmatamento intensivo da várzea, sendo que o potencial de produção sustentável estimado é de 900 mil toneladas/ano de pescado. Mas além do valor econômico dessa atividade (estimado em U$ 300 milhões/ano), que pode ser afetado pelo desmatamento das várzeas para fins agrícolas, a pesquisa também foca outro dado social, pois o pescado é a principal e mais barata fonte de proteínas das populações locais.
Texto de divulgação científica publicado em 09 de dezembro de 2002.
Área do Conhecimento
Ciências Biológicas
Palavras-chave – Entre 3 a 5 palavras
Floresta
Desmatamento
Fauna
Peixes
Data da publicação do texto de divulgação
December 9, 2002