Corredor Central da Mata Atlântica: uma estratégia para reverter a fragmentação florestal no sul da Bahia
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Título para divulgação do texto
Corredor Central da Mata Atlântica: uma estratégia para reverter a fragmentação florestal no sul da Bahia
Título original da pesquisa
Abordagens ecológicas e instrumentos econômicos para o estabelecimento do Corredor Central da Mata Atlântica: uma estratégia para reverter a fragmentação florestal na Mata Atlântica do Sul da Bahia
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Autores do texto original
Fonte(s) Financiadora(s)
Resumo
Os mecanismos biológicos e econômicos que possam assegurar a conservação das maiores extensões possíveis de paisagem natural e modificada da Mata Atlântica no sul da Bahia são os assuntos principais desenvolvidos nesse estudo.
O que é a pesquisa?
A Mata Atlântica é hoje o bioma (isto é, o ambiente) reconhecido internacionalmente como o mais prioritário para conservação da biodiversidade no continente americano. Esse reconhecimento se deve a dois fatores em particular: a alta riqueza biológica aliada a significativos níveis de endemismo da fauna e flora (isto é, há muitas espécies animais e vegetais típicas da região e inexistentes em outros locais), e o alto grau de fragmentação dos remanescentes florestais reduzidos a 8% de sua extensão original (ou seja, da Mata original sobraram apenas fragmentos).
A riqueza biológica da Mata Atlântica é comparável àquela dos biomas florestais mais ricos do mundo, incluindo a Amazônia. A fauna é composta por no mínimo de 261 espécies de mamíferos, 620 de pássaros, além de 260 anfíbios. Destes, 73 mamíferos, 160 pássaros e 128 anfíbios podem ser considerados endêmicos (típicos da área).
Por isso a Mata Atlântica brasileira é um dos ecossistemas brasileiros, mais importantes devido principalmente ao alto endemismo e riqueza de espécies. O sul da Bahia é um centro de endemismo de fauna incluindo anfíbios e répteis, aves e mamíferos, especialmente primatas, com espécies endêmicas, raras e ameaçadas.
A formação do Corredor Central da Mata Atlântica, dependerá da identificação dos principais fatores biológicos, dentre outros aspectos, concorrentes para a formulação da estratégia ótima de seleção de fragmentos ao longo da paisagem, considerando principalmente as Unidades de Conservação.
Diante desse quadro, pesquisadores do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia – IESB, em parceria com especialistas das Universidades Federal de Minas Gerias e Estadual de Campinas (Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais), do Departamento de Desenvolvimento Florestal do Estado da Bahia, do Banco Mundial e de outras organizações estrangeiras (University of Califórnia/Santa Bárbara – UCSB, Conservation International – CI, Center for Applied Bodiversity Science – CABS e Jardim Botânico de Nova Iorque / CEPLAC) propõem investigar mecanismos biológicos e econômicos que possam assegurar a conservação das maiores extensões possíveis de paisagem natural e modificada da Mata Atlântica no sul da Bahia, com a possível formação dos chamados Corredores Ecológicos.
Através dessa estratégia busca-se a mudança do paradigma das “ilhas biológicas” para “corredores ecológicos”. Esses podem ser entendidos como redes, compostas por conjuntos de unidades de conservação (as unidades de conservação são “ilhas” ambientais preservadas por lei), distribuídas em áreas representativas das diferentes comunidades da flora e fauna dos ecossistemas da Mata Atlântica no Sul da Bahia, sob diferentes categorias de manejo (isto é, a conservação pode se dar de várias formas), incluindo as matas remanescentes de propriedades privadas.
Os corredores têm a função primordial de proporcionar vias de intercâmbio e aumentar as possibilidades de deslocamento e/ou expansão de território de espécimes de populações (isto é, fauna e flora) que se encontram isolados.
A riqueza biológica da Mata Atlântica é comparável àquela dos biomas florestais mais ricos do mundo, incluindo a Amazônia. A fauna é composta por no mínimo de 261 espécies de mamíferos, 620 de pássaros, além de 260 anfíbios. Destes, 73 mamíferos, 160 pássaros e 128 anfíbios podem ser considerados endêmicos (típicos da área).
Por isso a Mata Atlântica brasileira é um dos ecossistemas brasileiros, mais importantes devido principalmente ao alto endemismo e riqueza de espécies. O sul da Bahia é um centro de endemismo de fauna incluindo anfíbios e répteis, aves e mamíferos, especialmente primatas, com espécies endêmicas, raras e ameaçadas.
A formação do Corredor Central da Mata Atlântica, dependerá da identificação dos principais fatores biológicos, dentre outros aspectos, concorrentes para a formulação da estratégia ótima de seleção de fragmentos ao longo da paisagem, considerando principalmente as Unidades de Conservação.
Diante desse quadro, pesquisadores do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais do Sul da Bahia – IESB, em parceria com especialistas das Universidades Federal de Minas Gerias e Estadual de Campinas (Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais), do Departamento de Desenvolvimento Florestal do Estado da Bahia, do Banco Mundial e de outras organizações estrangeiras (University of Califórnia/Santa Bárbara – UCSB, Conservation International – CI, Center for Applied Bodiversity Science – CABS e Jardim Botânico de Nova Iorque / CEPLAC) propõem investigar mecanismos biológicos e econômicos que possam assegurar a conservação das maiores extensões possíveis de paisagem natural e modificada da Mata Atlântica no sul da Bahia, com a possível formação dos chamados Corredores Ecológicos.
Através dessa estratégia busca-se a mudança do paradigma das “ilhas biológicas” para “corredores ecológicos”. Esses podem ser entendidos como redes, compostas por conjuntos de unidades de conservação (as unidades de conservação são “ilhas” ambientais preservadas por lei), distribuídas em áreas representativas das diferentes comunidades da flora e fauna dos ecossistemas da Mata Atlântica no Sul da Bahia, sob diferentes categorias de manejo (isto é, a conservação pode se dar de várias formas), incluindo as matas remanescentes de propriedades privadas.
Os corredores têm a função primordial de proporcionar vias de intercâmbio e aumentar as possibilidades de deslocamento e/ou expansão de território de espécimes de populações (isto é, fauna e flora) que se encontram isolados.
Como é feita a pesquisa?
Foi desenvolvido um projeto de pesquisa denominado “Abordagens Ecológicas e Instrumentos Econômicos para o Estabelecimento do Corredor do Descobrimento”. Seu objetivo foi o de desenvolver ferramentas para o planejamento dos Corredores Ecológicos. Estas ferramentas podem integrar informação biológica e sócio-econômica, identificando instrumentos econômicos e legais para a formação e implementação do Corredor Central da Mata Atlântica. O projeto foi coordenado e desenvolvido pelo IESB e financiado pelo PROBIO/MMA, CABS/CI e outras instituições parceiras como UFMG, NEPAM/UNICAMP.
Os componentes da pesquisa incluem o Sistema de Informação Geográfica (elaboração das bases cartográficas, isto é, dos mapas); Pesquisa Biológica (inventário dos grupos anfíbios, aves e mamíferos; caracterização parcial da vegetação; análise de viabilidade populacional; banco de dados); Pesquisa Sócio-Econômica (levantamento sobre o uso e preço da terra; realização de grupos participativos; identificação de instrumentos econômicos que possam ser implementados).
Para isso foi feita uma análise de mudança de cobertura e uso da terra utilizando sensoriamento remoto – que incluiu imagem de satélite e fotografias aéreas. Além disso, foi produzido material cartográfico, atualizado, da região trabalhada, e a modelagem do corredor (isto é, seu projeto em escala), com informações obtidas nesta pesquisa.
No que se refere à pesquisa biológica foram investigadas a riqueza e diversidade de espécies, da fauna de anfíbios, aves e mamíferos, em remanescentes florestais ao longo do Corredor Central da Mata Atlântica, além da caracterização vegetal destes fragmentos.
Na abordagem sócio-econômica e de políticas públicas foram feitos levantamentos de preços de terra na área do corredor, debates com grupos participativos, com produtores rurais, representantes governamentais e não governamentais, além de estudos específicos de alternativas econômicas para a região. Foram, assim, desenvolvidas ferramentas de construção de cenários ótimos para a indicação do desenho de corredor para o sul da Bahia.
Os componentes da pesquisa incluem o Sistema de Informação Geográfica (elaboração das bases cartográficas, isto é, dos mapas); Pesquisa Biológica (inventário dos grupos anfíbios, aves e mamíferos; caracterização parcial da vegetação; análise de viabilidade populacional; banco de dados); Pesquisa Sócio-Econômica (levantamento sobre o uso e preço da terra; realização de grupos participativos; identificação de instrumentos econômicos que possam ser implementados).
Para isso foi feita uma análise de mudança de cobertura e uso da terra utilizando sensoriamento remoto – que incluiu imagem de satélite e fotografias aéreas. Além disso, foi produzido material cartográfico, atualizado, da região trabalhada, e a modelagem do corredor (isto é, seu projeto em escala), com informações obtidas nesta pesquisa.
No que se refere à pesquisa biológica foram investigadas a riqueza e diversidade de espécies, da fauna de anfíbios, aves e mamíferos, em remanescentes florestais ao longo do Corredor Central da Mata Atlântica, além da caracterização vegetal destes fragmentos.
Na abordagem sócio-econômica e de políticas públicas foram feitos levantamentos de preços de terra na área do corredor, debates com grupos participativos, com produtores rurais, representantes governamentais e não governamentais, além de estudos específicos de alternativas econômicas para a região. Foram, assim, desenvolvidas ferramentas de construção de cenários ótimos para a indicação do desenho de corredor para o sul da Bahia.
Qual a importância da pesquisa?
Pesquisas envolvendo relações espaciais entre uso da terra, biodiversidade e grau de fragmentação são essenciais para indicação de áreas prioritárias para conservação e formação de um corredor.
Como resultados das pesquisas biológicas destaca-se o registro de espécies endêmicas, raras e ameaçadas e, particularmente no grupo de anfíbios, de no mínimo dez espécies novas, e de novos registros de ocorrências para o estado da Bahia (ou seja, de anfíbios que antes não tinham sido registrados na região).
Este quadro demonstra que ainda conhecemos muito pouco sobre a diversidade biológica na Mata Atlântica do Sul da Bahia. A Análise de Viabilidade Populacional (PVA) foi feita para uma espécie de primata. Foi montado um banco de dados com informações desta pesquisa e outras realizadas na região.
Os resultados preliminares das pesquisas do projeto bem como resultados de outras pesquisas desenvolvidas no sul da Bahia, também foram publicados no CD-Rom do projeto.
Como resultados das pesquisas biológicas destaca-se o registro de espécies endêmicas, raras e ameaçadas e, particularmente no grupo de anfíbios, de no mínimo dez espécies novas, e de novos registros de ocorrências para o estado da Bahia (ou seja, de anfíbios que antes não tinham sido registrados na região).
Este quadro demonstra que ainda conhecemos muito pouco sobre a diversidade biológica na Mata Atlântica do Sul da Bahia. A Análise de Viabilidade Populacional (PVA) foi feita para uma espécie de primata. Foi montado um banco de dados com informações desta pesquisa e outras realizadas na região.
Os resultados preliminares das pesquisas do projeto bem como resultados de outras pesquisas desenvolvidas no sul da Bahia, também foram publicados no CD-Rom do projeto.
Área do Conhecimento
Ciências Biológicas
Palavras-chave – Entre 3 a 5 palavras
Portuguesa
Mata Atlântica
Portuguesa
Bioma
Portuguesa
Amazônia
Portuguesa
Fragmentos
Portuguesa
Biologia
Portuguesa
Ecologia
Portuguesa
Fauna
ODS
ODS 15: Vida Terrestre
ODS 13: Ação Contra a Mudança Global do Clima
Referência da Pesquisa Original
Disponível em: https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese1/ciencias-biologicas/145-corredor-central-da-mata-atlantica-uma-estrategia-para-reverter-a-fragmentacao-florestal-no-sul-da-bahia . Acesso 16 jun 2022.
Material Complementar
CD-Rom
Corredor de Biodiversidade da Mata Atlênctica do Sul da Bahia, de Keith Alger, Raquel Teixeira de Moura, Gustavo Fonseca, P. I. Prado, E.C. Landau e L. P. Pinto, edição IESB / CI / CABS / UFMG / UNICAMP, Ilhéus, 2003
Corredor Central da Mata Atlântica, de P. I. Prado, edição IESB / CI / CRA, Ilhéus, 2001
Corredor de Biodiversidade da Mata Atlênctica do Sul da Bahia, de Keith Alger, Raquel Teixeira de Moura, Gustavo Fonseca, P. I. Prado, E.C. Landau e L. P. Pinto, edição IESB / CI / CABS / UFMG / UNICAMP, Ilhéus, 2003
Corredor Central da Mata Atlântica, de P. I. Prado, edição IESB / CI / CRA, Ilhéus, 2001
Data da publicação do texto de divulgação
March 30, 2004