Pesquisa estuda como as migrações internas afetaram localidades urbanas brasileiras no período de 1980 a 2000

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Título para divulgação do texto

Pesquisa estuda como as migrações internas afetaram localidades urbanas brasileiras no período de 1980 a 2000

Título original da pesquisa

Migração e urbanização descentralizada no Brasil contemporâneo

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Autores do texto original

Fonte(s) Financiadora(s)

Resumo

A pesquisa identificou a composição, as características, o tamanho e o perfil sócio-demográfico dos fluxos de desconcentração populacional, detalhando aspectos relacionados às relações econômicas e sociais que unem lugares e famílias ao longo das últimas.

Tipo

Projeto de pesquisa

O que é a pesquisa?

O fenômeno da crescente urbanização, fora dos grandes centros (a urbanização descentralizada), liga-se a fluxos migratórios internos do território brasileiro, ainda pouco estudados.


Em função da importância social do fenômeno, que altera o perfil De muitas comunidades brasileiras, pesquisadores do Instituto de Geociências, da Universidade Federal de Minas Gerais, pretendem, nesta pesquisa, dar prosseguimento a estudos sobre a rede urbana brasileira com base em dados censitários.


Mais especificamente, a pesquisa pretende qualificar melhor a contribuição relativa dos migrantes sobre os diferentes subespaços receptores (das migrações). Para isto vai buscar identificar a composição, as características, o tamanho e o perfil sócio-demográfico dos fluxos de desconcentração populacional, detalhando aspectos relacionados às relações econômicas e sociais que unem lugares e famílias ao longo das últimas décadas.


Outro objetivo da pesquisa, reunindo esforços com outros estudos em andamento, procura detalhar a contribuição dos migrantes, focalizando a dinâmica migratória da região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e assinalando a importância de suas áreas de influência dentro da rede de cidades do país.


Além dessas metas gerais, os pesquisadores visam os seguintes objetivos específicos:


a) mapear e analisar comparativamente populações migrantes e não-migrantes, segundo características econômicas e sócio-demográficas, explorando variáveis como renda, instrução, idade e tempo de residência;

b) examinar e quantificar os tipos de relações entre os chefes de domicílios das populações não-migrantes e migrantes, buscando identificar redes de parentesco significativas nos subespaços da rede urbana;

c) avaliar a importância relativa dos chamados movimentos pendulares (movimentos que geralmente articulam áreas conurbadas – isto é, manchas urbanas que se uniram – uma vez que envolvem local de moradia, trabalho ou escola) entre as populações residentes nos municípios das regiões metropolitanas, segundo dados dos Censos de 1980 e 2000, destacando o caso da Região Metropolitana de Belo Horizonte em particular; e

d) analisar e investigar melhor a contribuição da população feminina economicamente ativa (migrante e não-migrante) nos diferentes subespaços da rede urbana, destacando sua condição relativa em termos de instrução, ocupação e qualificação, já que evidências recentes apontam a possível existência de diferenciais expressivos na renda familiar, resultantes da contribuição das mulheres.

Como é feita a pesquisa?

A seleção dos pontos da rede urbana estudados parte de critérios bastante simples: peso populacional das localidades urbanas em seus estados, e existência de estradas entre estes pontos, segundo recorte físico-territorial de 1991.


A definição cartográfica irá privilegiar a produção de mapas com os pontos referidos às sedes dos municípios. Alguns mapas representam as regiões metropolitanas, outros referem-se ao conjunto restante dos principais municípios brasileiros.


Desta forma, encontravam-se na rede urbana um total de 165 pontos em 1991 (início destes estudos), que abrangiam 293 dos principais municípios brasileiros. As regiões metropolitanas consideradas correspondiam a São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba e Belém.


As unidades espaciais objeto do estudo são, em ordem crescente, município, região metropolitana e frações da rede urbana. O município é, portanto, a unidade mínima de observação.


O período de análise vai de 1980 a 2000 e as populações alvo do estudo são as populações residentes nos municípios conforme os Censos de 1980, 1991 e 2000, com discriminação de não-migrantes e migrantes.


Vários tipos de migrantes serão estudados em separado, como os que fazem migração intrametropolitana, intraestadual e interestadual.


Boa parte da pesquisa irá se apoiar em análises comparativas que irão aferir a contribuição relativa dos fluxos migratórios em cada subespaço da rede urbana, destacando volumes, trajetórias e procedências predominantes no período de 1980 a 2000; áreas de origem e destino; a migração de retorno; e a composição por sexo e idade dos migrantes.


Assim, as variáveis chaves de estudo dizem respeito às pessoas e abrangem sexo, idade, unidade da Federação de nascimento, relação com o chefe do domicílio, situação domiciliar atual (urbana ou rural), nome do município em que estuda e trabalha, situação domiciliar no município anterior, tempo de residência no município atual, estado conjugal, anos de estudos, ocupação atual, tipo de atividade, ocupação ou cargo nos últimos 12 meses, classes de renda total e familiar, posição no estabelecimento e presença de carteira assinada.

Qual a importância da pesquisa?

Os resultados mais importantes esperados desta pesquisa incluem:


produção de material digital e impresso apresentando dados quantificados e mapeados que comparem a evolução do sistema de localidades centrais do país utilizando-se de dados dos Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000, sublinhando cartograficamente as tendências de expansão, retração ou consolidação populacional nos subespaços de cada uma de três grandes frações da rede urbana;

produção de artigos científicos abordando questões teóricas e conceituais e achados empíricos da pesquisa, destacando-se um estudo da aproximação entre as noções de redes sociais da migração e redes físico-territoriais;

produção de material didático sob a forma de posters e CD ROM que contenham algumas das principais conclusões da pesquisa, para divulgação junto a estudantes do ensino médio e superior; e

formação de pesquisadores e mestres habilitados a proceder estudos geográficos apoiados em dados censitários que particularizem as migrações internas enquanto processo social e econômico, mediante análise sócioespacial refinada.

Área do Conhecimento

Ciências Sociais Aplicadas

Palavras-chave – Entre 3 a 5 palavras

Portuguesa Brasil
Portuguesa História
Portuguesa Atualidades

ODS

ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis
ODS 10: Redução das Desigualdades

Referência da Pesquisa Original

MATOS, Ralfo. Migração e urbanização descentralizada no Brasil contemporâneo. Junho. 2012. P.1-17. Universidade Federal de Minas Gerais. Disponível em : https://periodicos.ufmg.br/index.php/geografias/article/download/13326/10558/. Acesso: 29 de julho.

Data da publicação do texto de divulgação

December 3, 2003

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